Para a UE (União Europeia), o Reino Unido prejudicou sua relação de confiança com Bruxelas após publicar uma lei que modifica as normas para o comércio com a Irlanda do Norte na quarta-feira (9), informou a Reuters.
Instado a descartar o plano, o primeiro-ministro Boris Johnson recusou. Em vez disso, insistiu em cláusulas para que os tribunais do Reino Unido sigam a sua própria lei, e não o acordo com a UE.
Ao substituir partes do protocolo com Belfast, o Reino Unido dificultaria o comércio do país com o espaço aduaneiro europeu, uma das cláusulas fundamentais do acordo que pacificou a ilha, em 1998.
Uma das condições do Acordo da Sexta Feira Santa é manter a fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, parte do Reino Unido, e a República da Irlanda, independente e integrante da UE.
Os conflitos em relação ao Brexit já somam três anos, e a conclusão da saída está prevista para final de 2020. As lideranças da UE, no entanto, já afirmaram que não darão continuidade ao processo até que o Reino Unido recue. Do contrário, trata-se de violação de lei internacional.
Nessa quinta (10), a Comissão Europeia apontou que a aplicação do projeto comete uma “violação extremamente séria” ao Acordo de Retirada dos britânicos, assinado no ano passado.
Perspectivas
Em Londres, o negociador da UE, Michel Barnier, criticou a abordagem britânica no processo. “O Reino Unido não se envolveu de forma recíproca nos princípios e interesses fundamentais da UE”, disse.
O governo do Reino Unido, no entanto, reafirma seu compromisso com o tratado. Segundo Johnson, as partes substituídas do Acordo de Retirada da Irlanda do Norte apenas “esclarecem ambiguidades”.
Sem um acordo comercial, UE e Grã-Bretanha arriscam perder ao menos parte de um fluxo comercial que chega a cerca de US$ 1 trilhão (R$ 5,32 trilhões) – valor que aprofunda a crise econômica de toda Europa, já combalida após a pandemia da Covid-19.
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