Por pressão da UE (União Europeia), o governo da Sérvia decidiu suspender todos os exercícios militares no exterior, informou a emissora norte-americana Radio Free Europe na quarta (9).
A decisão veio um dia antes de o país enviar suas forças a Belarus, que vive intensos protestos após a sexta reeleição do presidente Alexsander Lukashenko. O pleito é contestado dentro e fora do território bielorrusso.
“A UE nos pediu para deixar o exercício planejado com Belarus ou arriscar perder o nosso futuro europeu”, disse o ministro da Defesa sérvio, Aleksandar Vulin.
Com o afastamento, a Sérvia não participará de exercícios militares com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a Rússia, a China ou qualquer parceiro internacional durante seis meses.
“Nossa participação em operações de paz será considerada com cuidado e, se necessário, suspensa”, reiterou Vulin. A decisão, segundo o ministro, é preservar a posição de neutralidade militar da Sérvia.
Em Belarus, as forças sérvias se juntariam à Fraternidade Eslava junto dos exércitos de Minsk e Moscou. O campo de treinamento fica próximo a cidade bielorrussa de Brest.
Na repreensão violenta aos protestos contra Lukashenko, autoridades bloquearam sites e expulsaram jornalistas de Belarus. A pressão do governo aumentou desde o início das manifestações, deflagradas após a eleição, no último dia 9 de agosto.
Minsk e Belgrado têm boa relação, mas o governo sérvio assinou documento com UE e EUA, no qual afirma que a eleição do país não ocorreu de forma livre ou justa e condena as agressões aos manifestantes.
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