A Justiça sul-coreana concedeu nesta terça-feira (14) a dois requerentes de asilo russos que estão retidos no aeroporto de Incheon há meses o direito de solicitar o status de refugiados. Eles haviam fugido do país natal para evitar o recrutamento para lutar na Ucrânia. Um terceiro teve o pedido recusado. As informações são da agência Al Jazeera.
Os três homens, cujo advogado solicitou que não fossem identificados para não comprometer a segurança de seus familiares na Rússia, estavam morando no setor de trânsito do maior aeroporto da Coreia do Sul e um dos mais movimentados do mundo desde outubro, quando tiveram seus pedidos de asilo negados. Eles recebiam diariamente três refeições das autoridades locais.
“Nós saudamos a decisão do tribunal sobre os dois, mas é lamentável que tenham rejeitado o pedido do outro”, disse Lee Jong-chan, que representa judicialmente os três.
Aeroporto Internacional de Incheon, o maior da Coreia do Sul (Foto: David McKelvey/Flickr)
Lee acrescentou que o trio viajou para a Coreia do Sul para não tirar a vida de inocentes ou acabar morrendo em uma guerra iniciada por Moscou. “Levaram quatro meses apenas para obter o direito de solicitar o status de refugiado”, disse.
Agora, os dois poderão se despedir do lugar que serviu como lar durante esse período para se estabelecer no país asiático, enquanto passam pelo processo de reconhecimento de asilo, que pode levar anos.
Quem deve permanecer no aeroporto é o terceiro russo. Ele tem direito a recorrer, porém, enquanto isso, terá de passar mais tempo entre malas e viajantes.
Há mais dois russos presos no aeroporto, que tiveram o direito de solicitar asilo negado. Seul rejeitou alguns dos pedidos porque, pelas leis sul-coreanas, a fuga do recrutamento militar não dá aos estrangeiros o direito de obter asilo no país.
Os cinco indivíduos teriam recebido os documentos de convocação para servir às forças armadas pouco antes da fuga. Eles conseguiram deixar o território russo em setembro, com uma passagem pela fronteira com a Mongólia e algumas semanas nas Filipinas antes do embarque rumo a Seul.
O tribunal decidirá sobre seus casos ainda no mês de fevereiro.
A Coreia do Sul assinou convenções internacionais sobre refugiados, mas normalmente aceita apenas um número reduzido de requerentes de asilo a cada ano.
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