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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Moçambique aponta avanços através da combinação de estratégias de contraterrorismo

Moçambique aposta em aliar intervenção armada, reconstrução e impulso ao desenvolvimento para combater o terrorismo na região de Cabo Delgado, no norte do país. Jovens, mulheres e deslocados têm prioridade como beneficiários dessas iniciativas, segundo a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo.

Em encontro com a vice-secretária-geral Amina Mohammed, em Nova York, a chefe da diplomacia moçambicana destacou avanços nas áreas onde atuavam os grupos terroristas.

“Temos a vertente de combate, ou das ações armadas contra o terrorismo, e temos também as ações de mitigação. Porque temos populações que se deslocaram. Quando elas regressam, têm que encontrar condições lá instaladas para poder pôr as suas vidas para frente”, disse Macamo. “O terrorista, além de matar, destrói hospitais, escolas e quase tudo. É preciso criar essas condições. Nós temos um programa de reconstrução de Cabo Delgado que está em marcha”.

Agências da ONU atuam nessas regiões apoiando as pessoas que fogem do conflito desde 2017. Estima-se que 1,4 milhão de moçambicanos já foram afetados pela crise e apresentam necessidades.

“Começamos pelas partes mais sensíveis. Estamos a falar de escolas, de água, que não se pode viver sem ela. Estamos a falar de energia e de outras condições, para que as pessoas possam continuar. Mas também estamos falando de pessoas que ainda não estão há muito tempo nos locais habituais de residência. Elas precisam ser assistidas para que suas vidas continuem”, declaro a ministra.

Ataques terroristas

A chefe da diplomacia moçambicana relatou que os ataques dos terroristas, na área rica em recursos naturais, ainda acontecem de forma isolada, com menor intensidade.

Para Verónica Macamo, os grupos atuam em número reduzido e têm como alvo as populações locais. A desativação de suas bases envolveu forças de segurança da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (Sadc) e de Ruanda.

Ela lembrou ainda que há um ano e meio o Banco Mundial aprovou uma linha de crédito de US$ 150 milhões para apoiar o Projeto de Resiliência Rural do Norte de Moçambique em paralelo à assistência à crise. Essa parceria procura melhorar a gestão de recursos naturais e os meios de subsistência de comunidades vulneráveis nas áreas cobertas pela iniciativa no norte de Moçambique.

Crianças refugiadas após ataques extremistas em Cabo Delgado brincam em alojamento do Unicef em Metuge, Moçambique, dezembro de 2020 (Foto: Unicef/Mauricio Bisol)
Esforço adicional

Na vertente de desenvolvimento, Macamo destacou que é importante criar postos de trabalho para evitar a radicalização causada pela falta de emprego e pelos efeitos de pobreza.

“Nós criarmos a Adin, a Agência de Desenvolvimento do Norte. Estamos a falar das províncias de Cabo Delgado, de Nampula e Niassa. As ações devem continuar. Cabo Delgado está no meio destas três províncias. É verdade que Cabo Delgado necessita de um esforço adicional quando comparada às outras províncias. Mas temos que olhar para aquela zona como a escolhida, para que o desenvolvimento aconteça”, declarou Macamo.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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