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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Putin recebe principal diplomata da China e diz que relações entre os países estão ainda mais fortes

O principal diplomata da China, Wang Yi, esteve em agenda com o presidente russo, Vladimir Putin, durante visita a Moscou nesta quarta-feira (22). Após o encontro, o chefe do Kremlin fez uma síntese da reunião e disse que as relações entre as nações, autointituladas “aliadas incondicionais“, estão ainda mais fortes. As informações são da rede CNN.

“As relações russo-chinesas estão se desenvolvendo conforme planejamos nos anos anteriores. Tudo está avançando e se desenvolvendo”, disse Putin durante coletiva de imprensa ao lado do diretor do Gabinete da Comissão Central de Relações Exteriores do Partido Comunista Chinês (PCC). “A cooperação na arena internacional entre a Federação Russa e a República Popular da China, como já dissemos repetidamente, é muito importante para estabilizar a situação internacional”.

Wang, em comentários transmitidos pela TV estatal russa, disse que “as relações sino-russas não são dirigidas contra terceiros países e certamente não podem estar sujeitas à pressão de terceiros países”. Ele acrescentou que, por mais que Beijing e Moscou se vejam envoltas em caos, “sempre há oportunidades em uma crise”.

Putin e Wang Yi durante encontro no Kremlin em 2018 (Foto: www.kremlin.ru)

O encontro ocorre a dois dias do aniversário de um ano da invasão à Ucrânia, que ocorre na sexta-feira (24). Semanas antes das tropas russas invadirem o país vizinho, Rússia e China declararam uma parceria “sem limites”. Dali em diante, Beijing assumiu uma posição de “neutralidade”. No entanto, na contramão das sanções ocidentais, os chineses têm dando suporte militar aos russos em sua ofensiva contra Kiev, conforme apontou uma reportagem do Wall Street Journal (WSJ).

A visita de Wang pode ser uma prévia de um encontro entre Putin e o líder chinês Xi Jinping. Em dezembro passado, ambos participaram de uma videoconferência, na qual o russo definiu as relações entre as duas nações como “as melhores da história”. Ainda acrescentou que estavam prontos para “resistir a todos os testes”. Por fim, convidou seu homônimo para visitar Moscou na primavera de 2023 (que começa em março).

Na terça (21), o WSJ informou que os líderes estariam frente a frente “nos próximos meses”, citando fontes familiarizadas com o planejamento do encontro bilateral.

A passagem de Wang por Moscou ocorreu logo após a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Ucrânia na segunda-feira, ocasião em que enfatizou ao seu homônimo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o apoio de Washington a Kiev.  

Antes da agenda com Putin, o diplomata chinês foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, e pelo chefe de segurança do país, Nikolai Patrushev. A este último, Wang disse que as relações entre Beijing e Moscou são “sólidas como uma rocha” e “resistirão ao teste da volátil situação internacional”.

Patrushev observou que as nações deveriam somar esforços contra a crescente pressão ocidental, citando, sem apresentar provas, “os eventos sangrentos desencadeados pelo Ocidente na Ucrânia” como exemplo.

A Lavrov, em tom de cordialidade, o chinês disse que espera que os dois países cheguem a uma concordância a respeito do progresso nas relações bilaterais.

“Hoje estou disposto a trocar opiniões com você, meu velho amigo, sobre o avanço de nosso relacionamento mútuo, e acho que definitivamente chegaremos a um novo consenso”, disse Wang, que acrescentou: “a China tem estado e continua disposta a manter a tendência positiva com a Rússia na construção de um novo tipo de relacionamento cooperativo entre as grandes potências”.

Lavrov disse: “Nossas relações estão se desenvolvendo de forma dinâmica e, apesar da alta turbulência na arena mundial, exibimos coesão e prontidão para defender nossos interesses com base no respeito internacional e no papel central da ONU (Organização das Nações Unidas)”.

Paz em pauta

A “paz” também esteve presente na fala de Wang em sua conversa com Putin. Ele disse que seu país está disposto a trabalhar com a Rússia para “aprofundar a confiança política e ampliar a cooperação pragmática”, acrescentando que Beijing busca desempenhar um papel construtivo na promoção da paz e do desenvolvimento mundial junto com Moscou, segundo repercutiu a rede Deutsche Welle (DW).

“O lado chinês irá, como no passado, aderir firmemente a uma posição objetiva e imparcial e desempenhar um papel construtivo na solução política da crise”, disse Wang, segundo a agência de notícias russa TASS.

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