A OMM (Organização Meteorológica Mundial) reuniu especialistas em serviços do tempo, climáticos e hídricos para debater a urgência de acelerar a transformação digital na África. O evento ocorreu em Addis Abeba, na Etiópia, e contou com o apoio do governo local.
A ação está alinhada à estratégia de transformação digital da União Africana (UA), cuja meta é obter sociedades e economias digitais integradas e inclusivas até 2030. A agência da ONU quer melhorar o fornecimento de serviços e alerta precoce por meio de tecnologias digitais.
A África é altamente vulnerável aos impactos das mudanças climáticas e do clima extremo. A Etiópia estabeleceu em parceria com o Instituto meteorológico local, uma rede de coleta e interpretação de dados para os serviços de alerta precoce
A ideia de mitigar a frequência e a intensidade dos riscos e impactos que põem sob pressão os setores socioeconómicos é melhorar vidas e meios de subsistência.
Para o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, a transformação digital dos serviços meteorológicos na África vai acelerar a velocidade de transmissão de dados e aumentar a capacidade de criar produtos e serviços para troca de informações em tempo real, essenciais a previsão e alertas.
Alerta Rápido para todos
A conferencia de Addis Abeba ocorre num contexto de seca extrema e prolongada no Chifre da África. Uma seca que destruiu colheitas, matou gado e mergulhou milhões de pessoas em insegurança alimentar aguda.
No ano passado, ciclones tropicais e inundações causaram mortes e destruição em Madagascar, Nigéria e África do Sul. Segundo a OMM, a transformação digital facilita o acesso a avisos e alertas de mau tempo, e permite pessoas saberem da chegada de tais eventos.
Segundo estatísticas, um terço da população mundial, sobretudo nos países menos desenvolvidos e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, ainda não está coberta por sistemas de alerta precoce.
A África é uma das principais prioridades do objetivo quinquenal, contudo 60% das pessoas ainda carecem de cobertura.
Objetivos
A conferência regional quer tornar o uso de tecnologias digitais mais eficaz e eficiente, fornecendo serviços hidrometeorológicos em toda a cadeia de valor, construindo conhecimentos necessários para dotá-los de tecnologias digitais e reforçando as parcerias em infraestruturas e as capacidades de prestação de serviços.
Para especialistas, o uso da tecnologia digital moderna tem um potencial inexplorado para a cadeia de valor dos serviços climáticos, inclusive na coleta de dados que detém o maior progresso relatado, codesign, disseminação e personalização de serviços. Muitas destas tecnologias ainda não são totalmente utilizadas.
Soluções inovadoras
A OMM considera soluções digitais chave para garantir que os serviços climáticos possam aumentar a resiliência em África. A conectividade do telefone móvel é essencial para melhorar a comunicação de última milha.
Dados da União Internacional de Telecomunicações mostram que a cobertura de banda larga 3G e 4G na África fica atrás de muitas outras regiões.
A agência defende políticas de implementação de sistemas de alerta precoce no continente e destaca o uso de soluções inovadoras, apontando a transformação digital como único caminho para que os serviços meteorológicos forneçam alerta antecipado adequado ao pessoal.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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