Moscou mobilizou quase a totalidade de suas tropas na Ucrânia, disse na quarta-feira (15) o secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace. Mas, para a autoridade, a presença massiva dos invasores ainda não é suficiente para ganhar terreno em Kiev. As informações são da revista Newsweek.
“Agora, estimamos que 97% do exército russo, todo o exército russo, está na Ucrânia”, disse Wallace durante entrevista ao programa de rádio Today, da rede britânica BBC. Ele falou direto de Bruxelas, na Bélgica, onde participou de uma reunião de ministros da Defesa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Wallace observou que, apesar de todo esse contingente, as forças de Vladimir Putin têm tido dificuldade para conquistar territórios. “A taxa de desgaste é muito, muito alta, e potencialmente sua eficácia de combate foi reduzida em 40%”.
Segundo o secretário de Defesa, ajudar os ucranianos a derrotar os invasores fortalecerá a segurança do resto do continente europeu.
“Quase dois terços dos tanques (russos) estão destruídos ou quebrados. Isso tem um impacto direto impacto na segurança da Europa”, disse.
Wallace também repercutiu outras adversidades sofridas pelas tropas do Kremlin, principalmente baixas expressivas – no começo do mês, a estimativa era de 200 mil soldados russos mortos – ao tentar progredir em várias frentes na Ucrânia. “Acabamos de ver um esforço para avançar, e isso teve um custo enorme para o exército russo”.
Um desses esforços é a tentativa da Rússia de tomar o controle das cidades de Bakhmut e Soledar, cenário de sangrentos combates que acontecem atualmente na região de Donbass. A luta tem sido agressiva enquanto o exército russo se move para cercar a cidade, que as forças ucranianas mantiveram.
Segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, as batalhas perto de Bakhmut estão esgotando a capacidade da Rússia de lançar uma ofensiva mais forte.
Ajuda a longo prazo
Mais cedo na quarta, Wallace concedeu entrevista ao programa de televisão Breakfast, da BBC. Na ocasião, ele disse que o Reino Unido provavelmente não forneceria caças ao exército de Zelensky em um futuro próximo, observando que as aeronaves exigem uma “equipe substancial” para operar.
“Eles vêm com centenas de engenheiros e pilotos, e isso não é algo que você possa gerar em alguns meses”, disse. “Não vamos enviar 200 membros da RAF [Força Aérea Real do Reino Unido] para a Ucrânia em tempos de guerra”.
O chefe da Defesa britânica acrescentou que o Reino Unido tem em mente uma abordagem mais ampla para oferecer suporte a Kiev.
“Temos que planejar não apenas para a luta no momento, onde ajudamos a Ucrânia a impedir a invasão ilegal da Rússia, mas temos que ajudar a Ucrânia com sua resiliência de longo prazo”, disse ele.
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