O Bundestag, câmara baixa do parlamento da Alemanha, reconheceu na quinta-feira (19) como genocídio o massacre de 2014 cometido pelo Estado Islâmico (EI) contra o yazidis no Iraque. As informações são da rede Deutsche Welle.
A resolução foi aprovada por uma coalizão de deputados alemães que inclui representantes de centro-esquerda e conservadores. O texto “reconhece os crimes contra a comunidade yazidi como genocídio, seguindo as avaliações legais de investigadores das Nações Unidas”.
Antes da Alemanha, Bélgica e Holanda já haviam seguido por este caminho. A Austrália fez o mesmo em 2018, mas a justiça do país negou, em 2021, reparação financeira a vítimas de um combatente australiano que se juntou ao EI e foi acusado de crimes contra a humanidade.
Os yazidis, uma comunidade étnico-religiosa curda, foram massacrados pelo EI quando este assumiu o controle do Iraque em 2014. A minoria, que vivia nas montanhas do norte do país, segue uma religião que os insurgentes consideram heresia.
Durante o genocídio, calcula-se que cerca de cinco mil pessoas tenham sido mortas, com outras sete mil sequestradas. Muitas foram levadas para a Síria, onde o EI também formou um califado, sendo que milhares de mulheres foram vendidas como escravas sexuais.
O documento divulgado pelos deputados alemães classifica as ações do EI no norte do Iraque como “atrocidades indescritíveis” e “injustiças tirânicas”, praticadas “com a intenção de eliminar completamente a comunidade yazidi”.
A resolução fortalece a busca por justiça dos yazidis, vez que o Judiciário alemã terá mais elementos em seus processo criminais contra suspeitos de participar do genocídio. Ao governo alemão cabem as missões de aumentar o financiamento para ajudar na recuperação da comunidade yazidi e de criar um centro de documentação dos crimes cometidos contra a minoria.
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