A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou encerrada a mais recente epidemia de Ebola em Uganda. Com a confirmação da medida, nesta quarta-feira (11), termina o surto que em quase quatro meses matou pelo menos 55 pessoas.
Desde setembro, a doença se espalhou por nove distritos ugandeses, incluindo a capital, Kampala. O receio das autoridades é de que o pior surto observado em mais de duas décadas no país chegasse à África Oriental.
Pelo menos 142 casos foram confirmados no segundo surto mais mortal da história do país. Mais 22 óbitos suspeitos foram relacionados ao surto, segundo a OMS. Sete deles foram de profissionais de saúde.
Pelos critérios da OMS, uma epidemia de Ebola é considerada encerrada quando não há relato de qualquer caso confirmado ou provável por 42 dias, o dobro do período de incubação de infecções.
A resposta ao primeiro surto da variante de vírus Ebola do Sudão em uma década e o quinto do tipo específico foi marcada por atrasos na identificação e no rastreamento do primeiro caso. O paciente foi detectado em Mubende, no centro do país, em 20 de setembro.
A OMS aponta ainda a questão da “desinformação generalizada entre o público sobre os perigos e até mesmo a existência do vírus”. De acordo com a OMS, mais de quatro mil pessoas tiveram contato com pacientes confirmados. Elas foram acompanhadas e tiveram a saúde monitorada por 21 dias. No geral, a taxa de letalidade foi de 47%.
O último paciente da mais recente epidemia recebeu alta em 30 de novembro, quando começou a contagem regressiva de 42 dias para o fim do surto.
A OMS elogiou as autoridades de saúde pelo “forte compromisso político e por terem implementado ações de saúde pública de forma acelerada”. Nas comunidades e em pontos críticos de Mubende e Kasanda foi restringido o movimento de pessoas.
Elogios da OMS
Para o diretor-geral da agência da ONU, Tedros Ghebreyesus, a resposta robusta e abrangente das autoridades ugandesas resultou na vitória contra o Ebola.
Com a atuação, o país demonstrou que a doença pode ser derrotada quando “todo o sistema trabalha em conjunto, desde a implantação de um sistema de alerta até a localização e o cuidado dos afetados e seus contatos, até a obtenção da plena participação das comunidades afetadas na resposta.”
O chefe da OMS destaca ainda que as lições aprendidas e os sistemas implementados para o surto “protegerão os ugandeses e outros nos próximos anos”. A cepa do Sudão é uma das seis variantes contra as quais ainda não foi aprovado tratamento e vacina.
A experiência da resposta ugandesa a epidemias permitiu reforçar rapidamente as áreas críticas e superar a falta dessas ferramentas essenciais, segundo a OMS.
A agência da ONU apoiou às autoridades de saúde de Uganda desde o início do surto com especialistas, treinamento em rastreamento de contatos, testes e atendimento ao paciente, além de construção de centros de isolamento e tratamento e fornecimento de kits de exames laboratoriais.
A OMS destaca ainda que, mesmo com a declaração do fim do surto, as autoridades de saúde mantêm a vigilância e estão prontas para responder rapidamente a eventuais novos casos. Os países vizinhos permanecem em alerta.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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