Em março, a Monusco, missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) na República Democrática do Congo, deve receber um novo comandante: o general brasileiro Otávio Rodrigues de Miranda Filho. Com uma vasta carreira no exército, ele comandará mais de 13 mil boinas azuis em uma das maiores operações da entidade no mundo.
A operação conta com uma pequena equipe de guerreiros da selva, formada por 13 brasileiros. Um dos maiores focos de vulnerabilidade é justamente a passagem de elementos armados pela mata.
O leste da RD Congo vive momento de grande instabilidade por causa da presença de grupos armados não-estatais que realizam ataques a militares e a civis. A procura pelo apoio brasileiro foi feita logo no início das operações, como contou o general Miranda Filho.
“Havia uma deficiência nas tropas desdobradas no Congo em termos de operações no interior da selva. Então, eles buscaram a maior escola que existe no mundo para sanar essa deficiência, que é o nosso Centro de Instrução e Guerra na Selva, localizado na cidade de Manaus. Desde o primeiro efetivo que ali esteve, eles ensinam as tropas da ONU e também as tropas do Congo como operar com sucesso num ambiente de selva”, disse ele.
O general afirmou que o grupo é composto por 11 militares do exército, um da força aérea e outro da marinha do Brasil. O novo comandante tem planos de incrementar essa presença, que segundo ele está fazendo a diferença para o treinamento de tropas locais.
“Eu fui um grande incentivador da permanência e agora até mesmo do incremento dessa tropa brasileira no Congo. O feedback que eu tenho recebido, e que eu recebia, como quinto subchefe do Estado Maior do Exército, era o melhor possível, motivo de grande orgulho para o exército brasileiro pela qualidade e eficácia do treinamento que essa pequena tropa produz, não apenas em relação às tropas da ONU, mas também em relação ao exército regular da República Democrática do Congo. A intenção, se possível, é até mesmo ampliar esta presença”, declarou.
O novo comandante da Monusco irá substituir o general Marcos de Sá Affonso da Costa que deixa o cargo no final de fevereiro.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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