O novo ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, deixou claro que é mesmo um político linha-dura ao instruir, no domingo (8), a polícia local para que faça a remoção de bandeiras palestinas em espaços públicos. De extrema direita, ele lidera um partido ultranacionalista dentro do novo governo de Benjamin Netanyahu. Na condição de chefe da pasta de segurança, supervisionar as forças policiais é uma de suas funções. As informações são da agência Al Jazeera.
A legislação israelense não proíbe as bandeiras palestinas. Porém, se considerarem que elas representam ameaça à ordem pública, polícia e soldados têm autorização para removê-las.
A diretiva de Ben-Gvir soou intransigente em relação às expressões palestinas de identidade e liberdade de expressão e às manifestações pró-Estado autônomo. Em comunicado, ele disse que “agitar a bandeira palestina é um ato de apoio ao terrorismo”.
A exibição da bandeira palestina em Israel é alvo de repressão há muito tempo pelas autoridades israelenses. Palestinos consideram esse tipo de tolhimento um esforço para apagar sua identidade.
A disputa entre Israel e Palestina começou depois da guerra de 1967, quando o Estado judeu ocupou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Desde então, os palestinos buscam um Estado independente no território ocupado ilegalmente.
A medida imposta por Ben-Gvir também seguiu a recente libertação de Karim Younis, o prisioneiro político palestino mais antigo. Younis foi detido em 1983, sob acusação de ter sequestrado e matado o soldado israelense Avraham Bromberg nas Colinas de Golã ocupadas três anos antes. Ao deixar o cárcere, ele foi recebido por centenas de apoiadores. Durante a recepção, o hino do Estado da Palestina foi cantado pela multidão e uma bandeira foi agitada como símbolo de boas-vindas.
A determinação intransigente do novo ministro também veio na esteira de um protesto antigoverno em Tel Aviv no sábado (7), quando alguns manifestantes ergueram bandeiras da Palestina. Durante o ato, os manifestantes, que defendem a igualdade e a coexistência entre palestinos e israelenses, chamaram de “fascista” o governo recém-empossado por Netanyahu.
Pelo Twitter, Netanyahu classificou a “manifestação da esquerda” como um “incitamento selvagem”, particularmente por “comparar o ministro da Justiça aos líderes do nazismo“.
ראיתי את התמונות הקשות אמש בהפגנת השמאל שהשוו את שר המשפטים למנהיגי הנאצים.
— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) January 8, 2023
את דגלי אש״ף בהפגנה.
את השלטים שקראו ״לשחרר את פלסטין מהשלטון הקולוניאליסטי הציוני״.
זוהי הסתה פרועה שעברה ללא גינוי מצד האופוזיציה או ערוצי התקשורת המרכזיים.
אני דורש מכולם לעצור זאת מיד. pic.twitter.com/YS4pVR4DHt
Muitos palestinos, tanto em Israel quanto no território ocupado, estão temerosos quanto às políticas do novo governo em relação a eles, devido à forte presença de grupos de extrema direita no poder. Particularmente pela presença de Ben-Gvir, que já foi condenado por incitar o racismo contra os árabes.
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