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segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

ONU cobra transparências nas investigações de massacre em Burkina Faso

O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, pediu às autoridades de transição em Burkina Faso que garantam que sua investigação sobre o assassinato de pelo menos 28 pessoas no final de dezembro responsabilize os responsáveis, independentemente de sua posição ou classificação.

Em comunicado divulgado na sexta-feira (6), Türk disse que a decisão das autoridades de investigar as mortes foi encorajadora, mas acrescentou que deveria ser “rápida, completa, imparcial e transparente”. “Enviei uma carta ao Ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhando esta mesma mensagem”, declarou o alto comissário. “As vítimas e seus entes queridos não merecem menos”.

Combatentes voluntários da VDP de Burkina Faso (Foto: reprodução/Facebook)

Os 28 corpos foram encontrados na cidade de Nouna, no noroeste, na província de Kossi, na região de Boucle du Mouhoun. De acordo com fontes locais, as vítimas, todas homens, foram mortas quando membros da VDP (Voluntários de Defesa da Pátria, da sigla em francês), uma milícia armada ligada ao governo que auxilia o exército, invadiram a cidade

O ataque foi uma aparente retaliação por uma ação realizada contra a base do grupo na noite anterior. Essa ação havia sido atribuída ao Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM, na sigla em francês), também conhecido pelo nome em árabe Jamaat Nasr al-Islam wal Muslimin (JNIM) e ligado à Al-Qaeda.

Burkina Faso vive instabilidade política há vários anos, e seu povo sofreu uma série de ataques terroristas mortais. A grave crise humanitária do país viu mais de um milhão de pessoas deslocadas de suas casas, vítimas de conflitos em curso e pobreza.

Ao lançar sua investigação em 2 de janeiro, o governo de transição de Burkina Faso declarou que “se opõe fundamentalmente a qualquer forma de abuso ou violação dos direitos humanos por qualquer motivo” e reiterou seu compromisso de proteger todos os civis sem qualquer distinção.

Türk já havia levantado preocupações diretamente com as autoridades sobre os riscos potenciais aos direitos humanos relacionados ao recrutamento, armamento e implantação de milícias em Burkina Faso.

A declaração observou que há uma necessidade urgente de fortalecer seus procedimentos de verificação, treinamento pré-desdobramento em direitos humanos internacionais e direito humanitário, sua supervisão efetiva pelas forças de segurança e defesa e garantir inclusão e transparência durante seu recrutamento.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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