O Google anunciou na quinta-feira (26) que seu Grupo de Análise de Ameaças (TAG, na sigla em inglês) interrompeu, no ano passado, uma grande campanha de desinformação online de um grupo pró-China. Diversas plataformas foram alvo do Dragonbridge, que teria realizado mais de 50 mil ações para espalhar propaganda estatal chinesa sobre temas como a guerra na Ucrânia e a pandemia de Covid-19.
“Em 2022, o Google interrompeu mais de 50 mil instâncias de atividade do Dragonbridge no YouTube, Blogger e AdSense, refletindo nosso foco contínuo nesse ator e nosso sucesso em dimensionar esforços de detecção nos produtos do Google“, disse a big tech em seu relatório. “Encerramos mais de cem mil contas Dragonbridge durante a vida útil da rede IO (operação de informação, da sigla em inglês)”.
Embora considere a campanha de desinformação como sendo de larga escala, com “produção abundante de conteúdo”, o Google afirma que conseguiu conter a ameaça com sucesso. Diz o relatório que o material “praticamente não alcançou nenhum engajamento orgânico de espectadores reais – em 2022, a maioria dos canais Dragonbridge tinha zero inscrito quando o Google os interrompeu, e mais de 80% dos vídeos Dragonbridge tiveram menos de cem visualizações”.
O Dragonbridge está desde 2019 na mira da empresa norte-americana, que diz rastreá-lo de perto, adotando “uma abordagem agressiva para identificar e remover seu conteúdo”. Embora considere o grupo “persistente e adaptável”, o Google afirma que vem tendo sucesso em combatê-lo.
“Em 2022, a esmagadora maioria do conteúdo Dragonbridge interrompido pelo Google nunca alcançou um público real. Dos 53.177 canais que desativamos em 2022, 58% tinham zero inscrito, e 42% de seus vídeos não tinham visualizações, sendo que 83% desses vídeos tiveram menos de cem visualizações”, diz o TAG, destacando que o pouco engajamento foi inautêntico, proveniente de outras contas do grupo.
Contribui para o fracasso da campanha de desinformação o fato de que o material difundido é quase sempre de baixa qualidade, com erros gramaticais, traduções mal feitas e imagens borradas. O objetivo é quase sempre criticar os EUA e exaltar a China.
No ano passado, um tema recorrente foi o combate à pandemia em território chinês, com elogios à política de Beijing. Taiwan também teve bastante espaço, com críticas à visita a Taipé de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA. Os protestos pró-democracia em Hong Kong foram igualmente tema de propaganda pró-China.
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