Israel registrou na quinta-feira (31) o quarto ataque terrorista no país em um intervalo de pouco mais de uma semana. A recente onda de violência matou 11 pessoas nos últimos dias e levou o primeiro-ministro Naftali Bennett a incentivar o armamento da população.
Na ação extremista mais recente, um palestino armado com uma chave de fenda atacou os passageiros de um ônibus que passava perto do assentamento de Neve Daniel, ao sul de Jerusalém. Uma pessoa ficou ferida, enquanto o agressor foi morto a tiros por um homem que estava no ônibus e portava uma arma de fogo, segundo o jornal Times of Israel.
O terrorista foi identificado como Nidal Juma’a Ja’afra, um homem palestino de 30 anos que morava na cidade de Tarqumiyah, na Cisjordânia. As autoridades israelenses fizeram uma busca na residência do homem, o que levou a conflitos entre os agentes e moradores da região, que se rebelaram.
Os ataques têm se acumulado nos últimos dias. Em 22 de março, um palestino usou uma faca para matar quatro pessoas na cidade de Bersebá (Be’er Sheva, em hebraico), antes de ser morto também por um civil armado. No domingo (27), em Hadera, dois indivíduos com armas de fogo mataram um homem e uma mulher, ambos agentes de controle de fronteira. Outro ataque foi registrado perto de Tel Aviv, nesta terça (29), quando cinco pessoas foram mortas por um atirador.
Na quinta, também foi registrado um episódio de violência na cidade de Jenin, na Cisjordânia. Forças de segurança de Israel fizeram uma grande operação na região e houve confrontos, levando à morte de dois jovens palestinos, identificados como Sanad Abu Atiyeh, de 17 anos, e Yazid al-Sa’adi, de 23. Socorristas locais disseram que os tiros das autoridades israelenses atingiram 14 palestinos.
Momentos de tensão
Antes do ataque mais recente, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett disse, na quarta-feira (30), que o sistema de segurança do país havia atuado “com força total” para “restaurar a segurança nas cidades de Israel e um sentimento de segurança para vocês, cidadãos”, segundo a agência local JNS.
No comunicado, o premiê ainda estimulou os cidadãos a se armarem. “Reforçamos a presença em todo o país de fardados e armados. Do meu ponto de vista, não há limite de recursos”, disse o premiê, que acrescentou: “Quem tem licença para portar uma arma, esta é a hora de carregá-la”.
De acordo com as autoridades, o que ajuda a a explicar o aumento da violência é a proximidade do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. No ano passado, o período foi marcado por protestos que levaram a confrontos entre a polícia de Israel e a comunidade muçulmana, desencadeando também um conflito de 11 dias entre o Hamas e Tel-Aviv.
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