Somente no ano passado, mais de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram enquanto tentavam chegar à Europa por via marítima. O número foi apresentado nesta sexta-feira (29) pela Acnur (Agência da ONU para Refugiados), que pede apoio urgente para evitar mais mortes e proteger esses migrantes que embarcam numa jornada perigosa.
Quase 2 mil pessoas morreram enquanto atravessavam as rotas do Mediterrâneo Central e Oeste, enquanto mais de 1,1 mil perderam a vida na rota marítima do noroeste da África, a caminho das Ilhas Canárias.
A Acnur afirma ser também “alarmante” o fato de que as tragédias no mar continuam acontecendo neste ano: pelo menos 478 pessoas morreram desde janeiro. A maioria dessas pessoas sai de países africanos como Senegal e Mauritânia, em botes infláveis, numa jornada que pode durar dez dias.
Essas embarcações acabam virando ou desaparecem nas águas, sem deixar rastros. De acordo com a agência da ONU, os migrantes também se arriscam em rotas terrestres, que também são perigosas. Muitos atravessam o deserto do Saara e acabam morrendo ou sequestrados por traficantes de pessoas.
A Acnur lista uma série de abusos que acontecem nessas travessias: assassinatos, detenções arbitrárias, violência de gênero, trabalho escravo, casamento forçado e outras violações de direitos humanos.
A pandemia de Covid-19 levou “muitos migrantes e refugiados desesperados a pedir ajuda de traficantes, na tentativa de ter a entrada na Europa facilitada.” A agência está pedindo US$ 163,5 milhões para a proteção dessas pessoas e fazendo um apelo aos países da África e da Europa para ampliarem os recursos legais e operacionais em terra e no mar para evitar travessias trágicas.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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