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quarta-feira, 6 de abril de 2022

De olho na China, Austrália amplia orçamento de defesa e adquire novos mísseis

O orçamento de Defesa da Austrália terá um aumento de US$ 2,7 bilhões (R$ 12,68 bilhões) até 2024, três anos antes do previsto inicialmente. A razão para o governo local acelerar o processo é o fortalecimento militar da China, que tem gerado preocupação em Camberra e entre seus aliados ocidentais. As informações são do site UPI.

Como parte do projeto de fortalecimento militar, a Austrália pretende equipar seus jatos de combate com novos mísseis de longo alcance produzidos pelas empresas norte-americanas Raytheon e Lockheed Martin, segundo afirmou na terça-feira (5) o ministro da Defesa Peter Dutton.

Mísseis de longo alcance também serão fornecidos à marinha australiana, estes produzidos pela norueguesa Kongsberg. Com as novas aquisições, a Austrália mais que dobrará o alcance de seu armamento.

Premiês Scott Morrison, da Austrália, e Li Keqiang, da China, novembro de 2019 (Foto: Xinhua/Zhai Jianlan)

“Estamos muito preocupados com o que está acontecendo no Indo-Pacífico”, disse Dutton. “O governo chinês está em um curso em relação a Taiwan. Eles estão acumulando armas nucleares, e queremos ter certeza de que temos a capacidade de deter qualquer ato de agressão contra nosso país“.

Ainda de acordo com o ministro, a invasão da Ucrânia pela Rússia também contribuiu para acelerar o projeto de ampliação do orçamento militar australiano. “Certamente trata-se de garantir que possamos impedir qualquer ato de agressão contra nosso país por parte da China ou de qualquer outra pessoa, e acho que as circunstâncias na Ucrânia foram, francamente, um alerta para o mundo”.

Por que isso importa?

A relação cordial entre China e Austrália começou a deteriorar em 2018, quando Camberra proibiu a Huawei de fornecer equipamentos para uma rede móvel 5G, citando riscos de interferência estrangeira. E teve piora em 2020, quando os australianos cobraram uma investigação independente sobre a origem do coronavírus em Wuhan, o que despertou a ira dos chineses.

Um documento de 14 páginas vazado de forma deliberada pela Embaixada da China na Austrália, em novembro do ano passado, já apontava a grave deterioração nas relações entre as nações. Nele, Beijing acusava o primeiro-ministro Scott Morrison de “envenenar as relações bilaterais”.

A carta ainda culpava Camberra pelos relatórios “hostis e antagônicos” sobre a China na mídia australiana independente e pelos ataques ao acordo do Cinturão da Rota da Seda no estado de Victoria, onde fica Melbourne.

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