Um grupo de hackers da Rússia e de Belarus invadiu os perfis de militares ucranianos de alta patente no Facebook, como parte de uma grande ação cibernética que acompanha os ataques realizados por tropas russa contra a Ucrânia. A informação foi confirmada pela Meta, empresa que mantém a rede social, e reproduzida pelo site The Defense Post.
O principal objetivo dos hackers com o ataque era iniciar uma campanha pela rendição do exército ucraniano, inclusive com a disseminação de vídeos de supostos militares da Ucrânia se entregando. Os invasores virtuais também divulgaram conteúdo pró-Rússia e apagaram perfis e posts que continham críticas à invasão.
Entre as informações que os hackers tentaram difundir estava a de que soldados ucranianos seriam os verdadeiros responsáveis por mortes de civis na guerra. Governos ocidentais, entidades de defesa dos direitos humanos e até a ONU (Organização das Nações Unidas) têm atribuído tais mortes ao exército russo, inclusive com acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Depois de detectar a movimentação, a Meta diz que excluiu cerca de 200 contas que vinham sendo operadas da Rússia. Segundo a empresa, outros sites, como YouTube e Twitter, também foram alvo de campanhas semelhantes de desinformação e propaganda pró-Rússia.
De acordo com a Meta, a invasão aos perfis dos militares é apenas um de uma série de ciberataques registrados desde antes do início da guerra e que se tornaram mais frequentes após a invasão da Ucrânia pelas tropas da Rússia, no dia 24 de fevereiro.
“Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, vimos ataques à liberdade na internet e ao acesso à informação se intensificando acentuadamente”, disse Nick Clegg, presidente da Meta para assuntos globais, de acordo com o jornal The New York Times.
Por que isso importa?
Um relatório anual de segurança digital publicado pela Microsoft no ano passado, englobando o período entre julho de 2020 e junho de 2021, indica que a Rússia é a nação que mais patrocina ataques hackers no mundo, seguida de longe pela Coreia do Norte.
“O cenário de ataques cibernéticos está se tornando cada vez mais sofisticado à medida que os criminosos cibernéticos mantêm – e até mesmo intensificam – sua atividade em tempos de crise”, diz o documento.
A principal ação dos hackers é a de bloquear sistemas e pedir dinheiro para liberá-los, o ransomware. “O crime cibernético, patrocinado ou permitido pelo Estado, é uma ameaça à segurança nacional. Ataques ransomware são cada vez mais bem-sucedidos, incapacitando governos e empresas, e os lucros com esses ataques estão aumentando”.
Os números colhidos no período mostram que o grupo Nobelium, acusado de ser patrocinado pelo Kremlin, é o mais ativo no mundos, responsável por 59% das ações hackers atreladas a governos. Em segundo lugar aparece o grupo Thallium, da Coreia do Norte, com 16%. O terceiro grupo mais ativo é o iraniano Phosphorus, com 9%.
Entre os setores mais atingidos, o governamental surge em destaque, sendo o alvo dos hackers em 48% dos casos apurados. Em segundo, com 31%, aparecem ONGs e think tanks. Já as nações mais visadas são os Estados Unidos, com 46%, a Ucrânia, com 19%, e o Reino Unido, com 9%.
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