A OMS (Organização Mundial da Saúde) enviou o primeiro lote de medicamentos antirretrovirais para atender, durante os próximos 12 meses, pessoas que vivem com HIV na Ucrânia.
O carregamento entra no país pela fronteira com a Polônia e deve ser distribuído em postos de saúde e outros centros na Ucrânia. A agência da ONU decidiu agir após ser informada da suspensão do tratamento no país por causa da guerra, um risco à vida de milhares de soropositivos.
Para o diretor regional da OMS na Europa, Hans Kluge, a guerra tem o potencial de minar o progresso conquistado nos últimos anos em várias questões de saúde, incluindo o HIV. A meta é evitar esse cenário, quando o país já estava conseguindo vencer etapas na luta contra a doença. A iniciativa inclui entrega de antirretrovirais, diagnóstico e tratamento.
Em 2020, a Ucrânia registrou a segunda maior taxa de novas infecções na Europa, ou 15% de todos os soropositivos da região. Mais da metade das infecções foi por via heterossexual e 38% pelo uso de drogas injetáveis.
A estimativa é de que 260 mil pessoas tenham HIV na Ucrânia. Mais da metade, ou cerca de 150 mil pacientes, recebiam o tratamento antirretroviral. Entre eles, 2,7 mil crianças. A interrupção do tratamento pode gerar complicações, incluindo resistência aos medicamentos. A situação representaria uma séria ameaça à saúde do paciente, podendo tornar o tratamento mais difícil e caro.
A OMS defende que a iniciativa permite que grande parte das necessidades dos soropositivos na Ucrânia sejam atendidas num ano. Assim, será possível a aquisição mais acessível de 209 mil embalagens do medicamento TLD, com a combinação dos remédios tenofovir, lamivudina e dolutegravir.
Quase um mês após o início da guerra, cerca de 36 dos 403 centros de tratamento antirretroviral foram fechados. A maioria estava funcionando total ou parcialmente.
Com mais de 4 milhões de refugiados, a recomendação aos países anfitriões é para que apoiem a entrega desta medicação para quem precisa.
Os homens são a maioria dos usuários desses medicamentos, mas grande parte deles está dentro do país devido ao impedimento decretado aos ucranianos com idades entre 18 e 60 anos de deixar o território.
Essa recomendação foi dada pelo governo ucraniano que precisa dos homens para combater na guerra.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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