A explosão de uma granada dentro da mesquita de Pul-e-Khisti, no Afeganistão, deixou seis pessoas feridas na quarta-feira (6). O atentado ocorreu logo após as orações em celebração ao Ramadã, o mês sagrado do Islamismo. As informações são do site Arab News.
Embora nenhum grupo tenha assumido a autoria da ação, ela carrega a marca do Estado Islâmico -Khorasan (EI-K), grupo extremista que faz oposição ao Taleban e tem empreendido frequentes e violentos ataques em território afegão e até mesmo no vizinho Paquistão.
“Tínhamos terminado as orações e estávamos saindo da mesquita quando ocorreu a explosão”, disse Mohammed Yasin, que escapou ileso do atentado.
Por que isso importa?
Embora tenha ganhado notoriedade somente após o Taleban ascender ao poder, o EI-K não é novo no cenário afegão. O grupo extremista opera no Afeganistão desde 2015 e surgiu na esteira da criação do Estado Islâmico (EI) do Iraque e da Síria. Foi formado originalmente por membros de grupos do Paquistão que migraram para fugir da crescente pressão das forças de segurança paquistanesas.
Agora que a ocupação estrangeira no Afeganistão terminou e que o antigo governo foi deposto pelo Taleban, os principais alvos do EI-K têm sido a população civil e os próprios talibãs, tratados como apóstatas pelo Khorasan, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática.
Os ataques suicidas são a principal marca do EI-K, que habitualmente tem uma alta taxa de mortes por atentado. O mais violento de todos eles ocorreu durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan, quando as bombas do grupo mataram 182 pessoas na região do aeroporto de Cabul.
No início de outubro de 2021, dezenas de pessoas morreram em um ataque suicida a bomba contra uma mesquita na província de Kunduz, no nordeste do Afeganistão. Já em novembro, nova ação do EI-K, esta contra um hospital de Cabul, deixou 25 pessoas mortas e cerca de 50 feridas.
Em março deste ano, o grupo assumiu a autoria de um ataque a bomba que matou ao menos 57 pessoas e deixou mais de cem feridas em uma mesquita em Peshawar, no noroeste do Paquistão. Foi o pior ataque em muitos anos em território paquistanês.
Não há diferença substancial entre EI e EI-K, somente o local de origem, a região de Khorasan, originalmente parte do Irã.
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