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terça-feira, 9 de novembro de 2021

Combates no leste da RC Congo forçam milhares de pessoas a fugir para Uganda

Combates no leste da República Democrática do Congo (RDC) forçaram pelo menos 11 mil pessoas a fugir para a vizinha Uganda desde a noite de domingo (8), representando o maior fluxo de refugiados em um único dia em mais de um ano, disse a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) nesta terça-feira (9).

Mulheres e crianças constituem a maioria das pessoas que cruzaram a fronteira para escapar de confrontos entre grupos de milícias e as forças armadas congolesas no território de Rutshuru, na província de Kivu do Norte, na RDC.

Shabia Mantoo, porta-voz da ACNUR em Genebra, disse que cerca de 8 mil requerentes de asilo atravessaram a cidade de Bunagana, enquanto outros 3 mil passaram pela fronteira de Kibaya, no distrito de Kisoro. Ambos os locais ficam a cerca de 500 km a sudoeste da capital de Uganda, Kampala.

Um grupo de requerentes de asilo congoleses espera no ponto de fronteira de Bunagana após cruzar para Uganda a partir da República Democrática do Congo (Foto: ACNUR/Reprodução)

“Os recém-chegados disseram à equipe da ACNUR que o conflito estava acontecendo nas aldeias de Binja, Kinyarugwe e Chanzu”, disse ela, que acrescento: “muitas pessoas vieram com utensílios de cozinha, esteiras de dormir, roupas e gado, reunidos às pressas enquanto fugiam. Alguns parecem estar voltando para áreas remotas nas proximidades da fronteira”.

A ACNUR e Uganda estão respondendo à situação, em coordenação com as autoridades distritais e locais. Vários parceiros também estão ajudando, incluindo o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Mantoo relatou que a agência transferiu até agora cerca de 500 pessoas para o centro de trânsito de Nyakabande, que pode abrigar até 1,5 mil pessoas. 

Necessidade urgente de recursos

Os requerentes de asilo são examinados para Covid-19. Eles também são registrados e recebem água, comida, abrigos comunitários, cobertores e outros itens. Também existe um sistema para identificar e rastrear rapidamente as pessoas que precisam de assistência de emergência.

Embora as fronteiras de Uganda estejam atualmente fechadas para requerentes de asilo devido a restrições relacionadas à pandemia, Mantoo disse que o governo implementou novamente uma exceção humanitária para permitir a passagem segura de pessoas em busca de segurança, o que o ACNUR elogiou.

“No entanto, estamos preocupados que a capacidade e os serviços locais possam ficar sobrecarregados em breve e exigir recursos urgentes para atender às necessidades dos recém-chegados”, acrescentou ela.

O ACNUR está buscando cerca de US$ 335 milhões este ano para suas operações em Uganda, que acolhe mais refugiados do que qualquer outro país da África. Globalmente, apenas três países acolhem mais refugiados. Até agora, apenas cerca de 45% do financiamento foi recebido. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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