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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Alternativa para democratizar a internet, OpenRAN está sendo avaliado no Brasil

Dar vida e forma ao Open RAN está na lista de intenções do Brasil. Para isso, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) assinou na sexta-feira (12) um acordo com a UnB (Universidade de Brasília) para a realização de dez estudos sobre a chegada da tecnologia ao país. O objetivo é avaliar os impactos no mercado de telecomunicações local, de acordo com o site Olhar Digital.

Como método de pesquisa, serão avaliados três eixos: o regulatório, o econômico e o tecnológico. A partir desse tripé será possível entender o conjunto de conhecimentos esperados pelo Open Radio Access Networks, um movimento nascido em 2017 e que busca democratizar partes das redes de telecomunicações para que elas não operem somente através de gigantes da indústria.

A parceria servirá para dissecar a rede em diversas frentes, avaliando questões de interoperabilidade, segurança, barreiras legais e de infraestrutura, capacitação de mão de obra, propostas de políticas públicas, entre outros.

(Foto: PXHere/Divulgação)

“O trabalho vai elucidar os avanços tecnológicos dentro desse movimento, identificar possíveis impactos na economia e a necessidade de adequação do modelo regulatório da Anatel no contexto da implantação do Open RAN no país”, descreveu o professor Paulo Henrique Portela de Carvalho, do Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações da UnB.

No campo da economia, serão duas frentes de estudo. A primeira irá observar o impacto no mercado brasileiro, ou seja, os custos de implementação de equipamentos e redes, preços dos serviços ao consumidor final e geração de emprego. A segunda, por sua vez, irá focar na geração de valor, além de buscar transparência de possíveis barreiras legais – focando direitos autorais e patentes – e gerar propostas para a criação de políticas públicas e incentivos regulamentares para permitir e facilitar o desenvolvimento do Open RAN.

A estimativa é de que os primeiros resultados sejam apresentados dentro de 12 a 14 meses.

O acordo firmado entre Anatel e UnB é de R$ 3 milhões, com validade de dois anos. Cada estudo deverá ser entregue em um intervalo de dois meses.

Por que isso importa?

O futuro das redes de internet será protagonizado pelas redes 5G e pelo Open RAN. Resumidamente, o 5G é como uma porta que dá acesso a múltiplas novas tecnologias, que precisarão de uma conexão de alta velocidade. Já o Open RAN é como a chave para abri-la e ainda democratizar a acessibilidade.

De acordo com o Olhar Digital, o Open Ran é um sistema de código aberto – ou Rede de Acesso de Rádio Aberto – que busca promover a interoperabilidade por meio de hardware, software e interfaces abertas em estações base de telecomunicações sem fio.

O propósito da tecnologia é desagregar os protocolos e interfaces conhecidos para uma nova estrutura que não dependa apenas das torres e antenas das bases de rádio conhecidas – também chamadas de “caixas fechadas” por terem tecnologias próprias, ou seja, que não se comunicam com outros provedores.

A padronização e a abertura desses códigos visam inovar e acelerar ainda mais a implementação e alcance do 5G.

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