Ao menos 11 civis ficaram feridos durante um confronto armado entre as forças de segurança da República Centro-Africana e um grupo de rebeldes. O incidente ocorreu na região noroeste do país, no último domingo (14), de acordo com a agência catari Al Jazeera.
Dieudonne Yougaina, prefeito da cidade de Ouham-Pende, disse que os rebeldes se infiltraram em um mercado popular perto da cidade de Mann, a cerca de 600 quilômetros da capital nacional, Bangui.
“As forças centro-africanas intervieram”, contou Yougaina. “A troca de tiros deixou 11 civis mortos, nove homens e duas mulheres, além de oito feridos”, prosseguiu ele, atribuindo a ação a membros do grupo 3R (Retornar, Reclamar, Reabilitar), uma das mais importantes milícias armadas do país e formada sobretudo por pessoas da etnia Fulani.
Por que isso importa?
Os conflitos gerados por grupos armados após as eleições de 27 de dezembro na República Centro-Africana já forçaram o deslocamento de mais de 200 mil cidadãos para fora do país.
Segundo a Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados), cerca de 92 mil fugiram para a vizinha República Democrática do Congo. Outros 13 mil cruzaram as fronteiras em direção a Camarões, Chade e Congo. O restante está sem abrigo dentro do próprio país.
Os confrontos começaram dias antes da eleição, em dezembro, quando o Tribunal Constitucional do país barrou a candidatura do ex-presidente François Bozizé ao pleito. A confirmação da reeleição de Touadera acelerou os conflitos.
Desde então, o Exército nacional, apoiado pelas tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) e por países como Rússia e Ruanda, tenta conter uma coalizão de milícias. Os rebeldes reivindicam um novo pleito e alegam irregularidades.
Em outubro deste ano, Touadera declarou um cessar-fogo unilateral para iniciar um diálogo nacional, mas nem todos os grupos armados aderiram à proposta. No mês seguinte, partidos da oposição política nacional denunciaram uma violação do cessar-fogo por parte do 3R, que na ocasião atacou uma vila no noroeste do país, matando dois soldados e um civil.
Os ataques rebeldes e os confrontos com forças de segurança dificultam o acesso humanitário ao país, e muitos dos deslocados já apelam para a prostituição em troca de alimentos. Enquanto isso, doenças como a malária, infecções respiratórias e diarreia se tornaram comuns entre a população.
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