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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Escalada da violência deixa mais quatro soldados mortos no norte de Burkina Faso

Um grupo de homens armados, possivelmente militantes jihadistas, realizou um ataque que matou quatro soldados das forças de segurança de Burkina Faso no domingo (28). A ação ocorreu na província de Loroum, no norte do país, perto da fronteira com o Mali, segundo informações do jornal estatal egípcio Al-Ahram.

“Quatro soldados foram mortos e vários ficaram feridos. Cerca de 10 terroristas foram neutralizados em um contra-ataque”, disse uma fonte militar, que citou ainda o uso de um helicóptero pelo exército na tentativa de localizar outros militantes. Uma segunda fonte afirmou que uma das vítimas é civil, mas não soube informar se está entre os mortos ou feridos.

Burkina Faso atravessa uma escalada de violência que tem vitimado sobretudo policiais e militares. A situação levou a um protesto popular na capital Uagadugu, no sábado (27), manifestação que culpou o governo por falhar no combate às ações armadas de grupos extremistas.

Numa das piores ações do gênero desde o início da insurgência no país, 53 integrantes das forças de segurança e quatro civis foram mortos no dia 14 deste mês, quando homens armados atacaram um posto das forças policiais na cidade de Inata. Na semana passada, em episódio semelhante, homens armados mataram 20 policiais em uma base de Foube, no centro-norte do país.

Exército de Burkina Faso (Foto: Forças Armadas dos EUA/Reprodução)

Por que isso importa?

Burkina Faso convive desde 2015 com a violência de grupos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico (EI), insurgência que levou a um conflito com as forças de segurança e matou mais de duas mil pessoas. Grupos armados lançam ataques ao exército e a civis, desafiando também a presença de tropas francesas e internacionais.

Os ataques costumavam se concentrar no norte e no leste, mas agora estão se alastrando por todo o país. O pior ataque jihadista já registrado em Burkina Faso ocorreu em 5 de junho, quando insurgentes incendiaram casas e atiraram em civis ao invadirem a vila de Solhan, no norte. Na ocasião, 160 pessoas morreram.

A violência retornou após meses de trégua e relativa calmaria, fruto de negociações entre o governo e organizações extremistas em meio à eleição presidencial do ano passado. Atualmente, nota-se o ressurgimento inclusive de postos de controle comandados por rebeldes, que forçam os cidadãos a se identificarem sob a ameaça de sequestro.

Desde que o conflito teve início, os ataques de ambas organizações extremistasgeraram uma crise humanitária que forçou mais de 1,5 milhão de pessoas a fugirem de suas casas. Estima-se que quase 5 milhões de pessoas sofram de insegurança alimentar, com quase 3 milhões em situação de insegurança alimentar aguda.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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