O exército da China afirmou na terça-feira (9) que enviou uma patrulha pronta para combate ao Estreito de Taiwan, em resposta à visita de um grupo de legisladores norte-americanos à ilha autogovernada, que Beijing considera parte de seu território. As informações são da agência Reuters.
Segundo um porta-voz do exército chinês, a movimentação militar é uma resposta às palavras e ações “seriamente incorretas” de “países relevantes”, bem como às atividades pró-independência de Taiwan. Já o Ministério da Defesa de Beijing condenou a visita, sob o argumento de que não admite relações diplomáticas com a ilha: “Nós nos opomos firmemente e condenamos fortemente isso”, disse a pasta em comunicado.
Por sua vez, o Ministério da Defesa taiwanês declarou que, além da patrulha enviada ao Estreito, foram detectadas seis aeronaves chinesas na zona de defesa sudoeste da ilha, entre elas aviões de reconhecimento e caças J-16.
Apesar da tensão, uma porta-voz do Escritório para Assuntos de Taiwan do governo chinês, Zhu Fenglian, descartou o risco de confronto militar. “Pedimos a todos que não acreditem ou espalhem boatos”, afirmou ela, não sem manifestar sua reprovação ao encontro.
“Visitas de amigos”
A comitiva norte-americana é composta por membros da Câmara dos Representantes e do Senado, que chegaram a Taipé em um avião militar. O Pentágono alega que o uso de aeronaves militares não é incomum no transporte de congressistas. John Kirby, porta-voz do órgão, não informou quem faz parte da delegação, mas confirmou que é a segunda visita do tipo realizada em um ano.
De acordo com o premiê de Taiwan, Su Tseng-chang, que conversou com jornalistas nesta quarta-feira (10), as relações da ilha com Washington são “muito importantes”, e os recentes encontros entre representantes dos dois governos são apenas “visitas mútuas entre amigos”.
Por que isso importa?
Taiwan é uma questão territorial sensível para os chineses. Relações exteriores que tratem o território como uma nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como território chinês.
Diante da aproximação do governo taiwanês com os Estados Unidos, a China endureceu sua retórica contra as reivindicações de independência da ilha autônoma no ano passado.
Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos países do mundo, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal fornecedor de armas da ilha, o que causa imenso desgosto a Beijing, que tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação.
Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo da ilha, deixando claro que a China não aceitará a independência do território “sem uma guerra”.
O embate, porém, pode não terminar em confronto militar, e sim em um bloqueio total da ilha. É o que apontaram relatórios produzidos pelos EUA e por Taiwan em junho, de acordo com o site norte-americano Business Insider.
O documento, lançado pelo governo taiwanês no ano passado, pontua que Beijing não teria capacidade de lançar uma invasão em grande escala contra a ilha. “Uma invasão provavelmente sobrecarregaria as forças armadas chinesas”, concordou o relatório do Pentágono.
Caso ocorresse, a escalada militar criaria um “risco político e militar significativo” para Beijing. Ainda assim, ambos os documentos reconhecem que a China é capaz de bloquear Taiwan com cortes dos tráfegos aéreo e naval e das redes de informação. O bloqueio sufocaria a ilha, criando uma reação internacional semelhante àquela que seria causada por uma eventual ação militar.
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