A World Athletics, federação internacional de atletismo, anunciou na quarta-feira (17) a manutenção preventiva da suspensão da Rússia na modalidade, que teve início em 2015 devido a um esquema institucionalizado de doping. A decisão será mantida enquanto o Conselho da entidade avalia se todas as medidas necessárias foram adotadas para permitir a reintegração da RusAF (Federação Russa de Atletismo, da sigla em inglês).
Rune Andersen, que liderou a força-tarefa encarregada de avaliar as ações da Rússia para ser reintegrada, publicou um relatório com pontos favoráveis à federação russa, mas deixou claro que ainda existe um caminho a ser percorrido antes da reintegração. “A RusAF estabeleceu uma cultura de tolerância zero em relação ao doping no atletismo russo”, atestou ele, destacando a criação de infraestrutura antidoping” efetiva” no país.
No documento, Andersen deu aval à reintegração de atletas russos, o que de certa forma já está em prática. “A World Athletics e seus membros podem, portanto, estar convencidos de que a reintegração dos atletas russos em competições internacionais não prejudicará a integridade dessas competições”. Mesmo com a suspensão, os competidores foram liberados a participar inclusive dos Jogos Olímpicos, sob bandeira neutra e dentro de um sistema rígido de controle antidopagem.
Segundo Andersen, a “RusAF tem feito progressos constantes no sentido de cumprir as condições estabelecidas para sua reintegração como membro da World Athletics”, e uma nova mentalidade impera na instituição. Entre as mudanças na federação russa, o relatório destaca a saída do antigo presidente, Dmitri Shlyakhtin, bem como das pessoas acusadas de integrar o programa de dopagem institucionalizada.
Entretanto, o líder da força-tarefa destaca que as mudanças na cúpula da RusAF são insuficientes, sendo essa uma das razões para a manutenção da suspensão. “Ainda há pessoas no atletismo russo que não abraçaram esta nova cultura e há muito trabalho a ser feito pela RusAF para garantir que elas não exerçam influência”.
Outro ponto crucial destacado por Andersen é a situação da RUSADA, a agência antidoping do esporte russo, que recebeu uma suspensão de dois anos da CAS (Corte Arbitral do Esporte, da sigla em francês) por não seguir os protocolos do Código Mundial Antidoping. Segundo ele, as condições para reintegração da agência russa não foram atingidas a ponto de que seja liberada para funcionamento em dezembro de 2022.
O documento conclui que a suspensão da RusAF “continuará até que o Conselho decida que todas as condições estabelecidas” para a revogação da pena e a consequente reintegração da federação sejam atendidas.
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