Um grupo de oito relatores de direitos humanos designados pela ONU (organização das Nações Unidas) insta o governo da China a libertar imediatamente uma jornalista, por razões humanitárias, sob a alegação de que ela corre risco devido à saúde precária. Zhang Zhan criticou a China após o surto de Covid-19. logo no início da pandemia e foi detida na cidade de Xangai em maio do ano passado, sendo posteriormente e condenada a quatro anos de prisão.
Autoridades chinesas dizem que a jornalista “criou contendas e provocou problemas” ao publicar um vídeo criticando a forma como o governo chinês tratou o surgimento da pandemia. Ela também foi acusada de espalhar “informação falsa e provocar um sentimento negativo sobre a doença em Wuhan”.
Zhang esteve em Wuhan pouco após a cidade entrar em lockdown devido aos casos de Covid-19, em fevereiro de 2020. Ela publicou no YouTube vídeos curtos mostrando a rotina da cidade durante o bloqueio e chegou a registrar o momento em que o médico Li Wenliang, que morreu de Covid-19, foi repreendido por informar em primeira mão sobre o surto da doença.
No comunicado, os especialistas em direitos humanos disseram que a falha das autoridades de agir rapidamente e com eficiência pode ter consequências fatais para Zhang Zhan. Segundo eles, ela está com a saúde bem abalada e precisa de tratamento imediato.
O grupo emitiu uma opinião sobre o caso da jornalista em outubro deste ano pedindo a libertação. Para eles, a prisão de Zhan e de outros jornalistas cidadãos por falarem da Covid-19 em Wuhan é profundamente perturbador e uma matéria de interesse público vital.
No comunicado, os relatores afirmam que as autoridades tentaram censurar a informação e retaliaram contra os que buscaram driblar esta censura para compartilhar informação sobre saúde pública.
Desde que foi detida, a jornalista começou uma greve de fome e sofre de desnutrição aguda, úlcera gástrica, edema avançado e impossibilidade de andar ou levantar a cabeça sem ajuda. Em julho, ela foi levada para o hospital por 11 dias e amarrada à cama. Os relatores dizem que as autoridades da China têm o dever de cuida do bem-estar de Zhang Zhan enquanto ela estiver sob custódia do Estado.
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