A explosão de uma bomba em um movimentado mercado da Somália matou ao menos oito pessoas e feriu outras 13 na sexta-feira (19), na cidade de Berdale, no Estado Sudoeste. O local do ataque terrorista fica a cerca de 310 quilômetros da capital nacional, Mogadíscio. As informações são da agência de notícias estatal turca Anadolu.
“As comunicações foram cortadas na área, mas podemos confirmar que pelo menos oito pessoas, a maioria civis, morreram e outras 13 ficaram feridas”, disse Mohammed Ahmed Isaq, um policial de Baidoa, a capital administrativa regional. “Três dos feridos estão em estado crítico, enquanto os ferimentos dos demais não são fatais”, acrescentou.
Embora nenhum grupo extremista tenha assumido a autoria do atentado, o Al-Shabaab tem forte atuação na Somália, costuma empreender ações semelhantes e ultimamente tem intensificado os ataques contra a população civil e as forças do governo.
Jornalista morto
No sábado, um dia após o ataque ao mercado de Berdale, um carro-bomba acionou um dispositivo explosivo que matou um jornalista na capital Mogadíscio. O alvo foi um veículo que conduzia profissionais da imprensa estatal somali, deixando ainda um segundo jornalista ferido. O Al-Shabaab assumiu a autoria desse atentado.
No Twitter, a emissora estatal SNTV confirmou a morte de Abdiasis Afrika na explosão. “A morte do diretor da nossa #Radiomuqdisho, Abdiasis Afrika, nunca nos silenciará ou interromperá nossos serviços à nação e ao público, continuaremos nossa luta contra o terrorismo”.
The killing of our #Radiomuqdisho Director Abdiasis Afrika will never silence us and stop our services to our nation and public, we will continue our fighting against terrorism.#Somalia pic.twitter.com/YyfzlIDrin
— SNTV News (@sntvnews1) November 21, 2021
“O ataque foi uma explosão de carro-bomba estacionada perto do prédio do Ministério da Segurança em Mogadíscio, visando um veículo que transportava jornalistas da mídia estatal, incluindo o jornalista veterano Abdiaziz Afrika, que estava gravemente ferido”, disse um policial.
Por que isso importa?
O Al-Shabbab chegou a controlar a capital Mogadíscio até 2011, quando foi expulso de lá pelas forças da União Africana. Atualmente, controla territórios nas áreas rurais da Somália e luta para derrubar o governo nacional.
O grupo concentra seus ataques no sul e no centro do país. As atividades envolvem ataques a órgãos e oficiais do governo e a entidades de ajuda humanitária, além de extorsão contra a população local e proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.
Dados apontam que os extremistas estiveram em mais de 400 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.
O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva que já dura cinco meses e é comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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