As regiões central e oeste da África notificam o maior número de crianças-soldado do mundo, de acordo com o Unicef, o Fundo para a Infância da ONU (Organização das Nações Unidas). São mais de 21 mil menores recrutados por forças governamentais e grupos armados na região durante os últimos cinco anos.
Também nos últimos cinco anos, cerca de 2,2 mil crianças foram vítimas de violência sexual, enquanto outras 3,5 mil foram sequestradas. As duas regiões africanas aparecem em segundo lugar entre as que mais registram esses delitos no mundo.
Pelo menos 1,5 mil ataques ocorreram em escolas e hospitais em nações como Burkina Faso, República Centro-Africana, Camarões, Chade, RD Congo, Mali, Mauritânia e Níger. As comunidades sofrem com a violência que foi agravada na pandemia. Mais de 57 milhões de menores precisam agora de auxílio, o que representa o dobro do ano passado.
O apelo às partes em conflito é para que evitem esses abusos e que os autores sejam responsabilizados. Já o pedido a agências humanitárias é para que documentem as violações, previnam e respondam aos casos.
A diretora regional do Unicef para a África Ocidental e Central, Marie-Pierre Poirier, destaca que menores alvos diretos ou as vítimas colaterais são apanhadas no conflito e enfrentam a violência e a insegurança.
Ela destaca são inaceitáveis as graves violações de direitos perpetradas pelas partes em conflito pelo “impacto adverso em sua capacidade de aprender, trabalhar, construir relacionamentos significativos e contribuir para o desenvolvimento”
Em 2005, a ONU introduziu um sistema que monitora e relata violações graves contra crianças, como recrutamento, sequestro, estupro e ataques a escolas e hospitais.
O relatório ressalta que desde o período, uma em cada quatro violações ocorridas em todo o mundo ocorreu na África Ocidental e Central.
Os últimos anos são marcados por um aumento da violência no Sahel, a região semiárida que se estende do norte do Senegal e compreende a Mauritânia, o Mali, o Burquina Fasso, o Níger, a Nigéria, o Chade, o Sudão e a Eritreia.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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