Este conteúdo foi publicado originalmente pela agência ONU News, da Organização das Nações Unidas
O Unodc (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) lançou a Visão Estratégica para a África até 2030. O plano, apresentado em Viena, prevê investimentos em áreas incluindo o combate à corrupção e ao terrorismo.
Práticas ilícitas no continente assolam setores como a saúde impedindo serviços a 400 milhões de usuários. A África importa mais de 95% dos medicamentos e produtos no setor de saúde.
Em outras áreas, os desafios incluem melhorar prestação de contas e supervisão, combater ameaças ao desenvolvimento sustentável, à segurança humana e à governança.
A estimativa é que, por ano, os africanos percam US$ 88,6 bilhões em fluxos financeiros ilícitos. O valor equivale a 3,7% do PIB (Produto Interno Bruto) regional. Com a nova estratégia, o Unodc quer garantir maior proteção das pessoas contra o crime organizado, terrorismo e violência.
Outras metas incluem tornar os sistemas de justiça criminal mais eficazes e responsáveis, evitar a falsificação de medicamentos e impulsionar recursos e meios de subsistência. A União Africana quer cooperar com a iniciativa para alinhamento técnico à Agenda 2063 da organização.
Entorpecentes
No evento virtual participaram a chefe do Unodc, Ghada Waly, a representante da ONU na União Africana Hanna Tetteh, e a conselheira especial para a África do Secretário-Geral da ONU, Cristina Duarte.
Nos últimos anos, a África passou de uma mera rota de trânsito de entorpecentes traficados para se tornar uma importante região consumidora e protagonista no crime.
À medida que grandes quantidades de drogas passam pela região, há maior consumo e produção locais. A situação fez disparar os casos de transtornos por uso de entorpecentes e cria uma enorme demanda de tratamento que não pode ser atendida por falta de especialistas para lidar com vícios.
Os efeitos do aumento do vínculo entre as drogas e o crime organizado são redes complexas e mutáveis de insurgência e práticas que afetam a política local e regional, como corrupção e terrorismo.
Com a pandemia, criminosos aproveitam-se da situação para promover a produção e o tráfico de medicamentos e produtos de saúde que sejam precários e falsificados. Esses fatores representam grandes desafios não só para os já frágeis sistemas de saúde, mas também para o meio social e econômico da África.
A comissária da União Africana, Amira Elfadil, sublinhou o compromisso da organização em priorizar o desenvolvimento sustentável, abordando a pobreza generalizada, a exclusão social e a discriminação.
Conforme Elfadil, a aposta quer favorecer para que haja mais meios de subsistência lícitos e sustentáveis através de um reforço da colaboração com o Unodc.
A diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, enalteceu a cooperação com parceiros regionais para prevenir e responder a questões ligadas às drogas, crime, corrupção e terrorismo.
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