A promotoria-geral de Belarus abriu uma investigação por “terrorismo” contra a líder da oposição do país, Svetlana Tikhanovskaya, nesta segunda-feira (29). A ex-dona de casa se exilou na Lituânia após disputar as eleições no lugar de seu marido, Syarhey Tikhanovski, preso desde julho de 2020.
Em um comunicado ao qual a RFE (Radio Free Europe) teve acesso, o promotor-geral Andrey Shved afirmou que Tikhanovskaya e ex-policiais da By-Pol planejavam “plantar explosivos e ataques incendiários” na capital Minsk e outras cidades da Belarus “há vários dias”.
A By-Pol é uma organização que trabalha na Polônia. Na última quarta (24), a entidade anunciou que as forças de segurança belarussas estavam planejando um “ataque terrorista” a um prédio do Ministério do Interior como uma tentativa de desacreditar a oposição.
“De acordo com os materiais do caso, os planos dos organizadores eram acusar representantes do governo de cometer ações que colocavam em risco a vida de pessoas”, transcreveu o jornal online independente russo Meduza.
A menção ocorre após os protestos de 25 de março, feriado não oficial em que se comemora o Dia da Liberdade de Belarus. Mais de 200 civis foram presos nas pequenas manifestações realizadas em todo o país. Tsikhanovskaya era uma das mobilizadoras, embora permaneça no exílio.
Resposta
“Ninguém está rindo mais das piadas sobre Nick e Mike, então o Gabinete do Procurador-Geral sugeriu um novo meme”, disse um porta-voz de Tikhanovskaya. “Nick e Mike” são referências a uma suposta conversa entre Varsóvia e Berlim, divulgada no canal de imprensa oficial do governo belarusso.
A conversa sugeria que o opositor russo Alexei Navalny nunca fora envenenado e se referia ao presidente Alexsander Lukashenko como “osso duro de roer”. O teor seria uma tentativa de reforçar a imagem do chefe de Estado reeleito pela sexta vez durante a onda de protestos por sua renúncia em agosto de 2020.
A UE (União Europeia) e os EUA não reconheceram os resultados das eleições que conferiram vitória a Lukashenko. Grupos de oposição alegam que o pleito foi fraudado. Mais de 33 mil pessoas foram presas durante as semanas de protestos. Há relato de tortura pela polícia do país. A By-Pol não comentou as acusações.
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