O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Arábia Saudita, Awwad Alawwad, negou ter ameaçado a relatora da ONU (Organização das Nações Unidas) responsável pela investigação do assassinato de Jamal Khashoggi, nesta quinta (25).
Agnes Callamard, ex-especialista da ONU em assassinatos sumários e atual chefe da Anistia Internacional, relatou que uma autoridade saudita teria lhe “alertado” caso não fosse “contida” após sua investigação.
“Chegou ao meu conhecimento que a senhora Agnes e alguns funcionários da ONU acreditam que eu fiz uma ameaça velada contra ela há mais de um ano”, tuitou Awwad. “Rejeito essa sugestão nos termos mais fortes”.
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Callamard disse ao britânico “The Guardian” que a ameaça teria ocorrido em uma reunião de janeiro de 2020, em Genebra (Suíça). Um colega lhe informou do incidente, pois ela não estava na reunião.
“Os detalhes sobre a ameaça dirigida a Agnes Callamard são precisos”, disse o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville, à Reuters. Nenhum dos dois veículos de comunicação citaram nominalmente Alawwad.
“Embora eu não consiga lembrar das conversas exatas, nunca teria ameaçado qualquer dano a um indivíduo nomeado pela ONU ou a qualquer pessoa”, afirmou o saudita.
Direitos humanos
A Arábia Saudita introduziu a questão dos direitos humanos em sua agenda internacional após a vitória de Joe Biden nos EUA. A medida teria a ver com a revisão de Washington dos termos da “parceria estratégica” com o país forjada ao longo do governo do ex-presidente Donald Trump.
Crítico do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, Khashoggi foi visto pela última vez no consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro de 2018. O jornalista teria ido ao local para retirar documentos e ali foi assassinado, mas seus restos mortais nunca foram encontrados.
O reino sentenciou oito pessoas por envolvimento no assassinato. Em 2019, a então relatora Callamard apontou “evidências confiáveis” de que altos funcionários sauditas foram os responsáveis pela morte de Khashoggi. Riad realizou uma “reforma completa” nas agências de inteligência após o caso.
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