O Ministério de Relações Exteriores da Bulgária declarou dois diplomatas russos como “persona non grata” e deu 72 horas para que ambos deixassem o país. A decisão foi veiculada na mídia estatal ainda na segunda-feira (22), de acordo com a agência independente ucraniana Unian.
Os diplomatas teriam ligação com os seis cidadãos búlgaros acusados de integrar uma rede de espionagem em favor da Rússia na Bulgária. Entre eles estão altos funcionários do Ministério da Defesa e da inteligência militar do governo.
Um ex-oficial da inteligência militar búlgara teria tido acesso a informações confidenciais do governo, da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) e da UE (União Europeia). Esses indivíduos deveriam passar as informações a um funcionário da embaixada russa.
Os suspeitos foram presos na quinta-feira (18), após uma grande operação da força de segurança nacional na capital do país, Sofia. A embaixada russa na Bulgária classificou a expulsão como “outra iniciativa infundada”. Moscou nega as acusações.
As expulsões tendem a deteriorar as relações entre Rússia e Bulgária enquanto Moscou realiza diversos projetos de infraestrutura de energia no país. “O lado russo se reserva o direito de retaliar”, disse a representação da Rússia em Sofia.
Aliado da Bulgária na Otan, Washington apoiou a operação contra os supostos espiões. “Os EUA se posicionam com os búlgaros contra essas atividades malignas em seu território”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
A Bulgária expulsou outros dois diplomatas russos e um membro de equipe técnica de Moscou desde 2019 – todos por suspeita de espionagem. Em setembro do ano passado, o governo búlgaro lançou um processo para pré-julgar dois representantes do Kremlin. Eles foram acusados de coletar “segredos de Estado”.
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