A organização humanitária norte-americana Shine anunciou a suspensão de suas atividades em Idlib, na Síria, nesta segunda (22). Em comunicado, a entidade cita ameaças e agressões do grupo jihadista HTS (Hay’at Tahrir al-Sham).
As ameaças mais recentes teriam ocorrido após o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. “Atos de intimidação e terrorismo contra civis e contra a organização forçaram a nossa retirada de Idlib”, diz o documento.
A organização, centrada na educação de jovens e adultos há seis anos em diversas cidades sírias, disse que só retornará à cidade da implantação de um governo democrático na Síria e garantia da proteção aos agentes humanitários.
Idlib foi alvo de mais de 50 ataques à civis entre novembro de 2019 e junho de 2020. A região está sob o domínio de milícias rebeldes do FSA (Exército Livre da Síria), aliada à Turquia e outros países do Golfo, desde 2016.
Violência crescente
Nesta terça (23), o governo da Turquia alertou sobre um recente surto de violência em Idlib. Jatos russos teriam atingido cidades próximas à fronteira e destruído um hospital regional, apontou a Reuters.
Em lados opostos, Rússia e Turquia concordaram em um cessar-fogo em Idlib ainda no ano passado. Desde então, parte da segurança da região fica a cargo de patrulhas conjuntas dos dois países.
No dia 15, a Síria completou uma década em conflito. Milhares de cidadãos saíram às ruas em Idlib para pedir pelo fim da violência no país e na região, registrou a AFP. A parte norte do país é o último grande bastião rebelde da Síria.
Turquia, Rússia e Irã trabalham em uma solução política ao conflito sírio. Ancara apoia os rebeldes que buscam a expulsão de Bashar al-Assad do poder, enquanto Moscou e Teerã apoiam as forças do governo.
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