Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
As Nações Unidas realizam, nesta terça-feira em Bruxelas, uma Conferência de Doadores para a resposta humanitária na Síria. No total, são precisos mais de US$ 10 bilhões para apoiar 24 milhões de sírios que precisam de ajuda no país e na região. No momento, há 4 milhões a mais do que no ano passado.
Antes da reunião, chefes de três agências da ONU pediram que os doadores apoiem o apelo recorde, 10 anos após o início do conflito.
Os líderes da Acnur (Agência da ONU para Refugiados) e Pnud (Agência da ONU para o Desenvolvimento) e do Ocha (Escritório de Coordenação para Assistência Humanitária) lembram que com o impacto adicional da pandemia, não existe trégua para os civis.
Os sírios enfrentam ainda o aumento da fome e da pobreza, deslocamento contínuo e ataques contínuos. Cerca de 80% dos refugiados sírios estão em países vizinhos. Mas esses mesmos países lidam com os crescentes desafios socioeconômicos dentro de casa.
Ajuda
Com o novo apelo, espera-se permitir a distribuição de alimentos, água e saneamento, serviços de saúde, educação, vacinação infantil e abrigo para milhões de pessoas.
O dinheiro dos doadores também servirá para gerar oportunidades de emprego ou treinamento, acesso à educação nos sistemas nacionais para milhões de crianças e jovens em países como Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito.
O valor inclui pelo menos US$ 4,2 bilhões para a resposta humanitária dentro da Síria e US$ 5,8 bilhões para refugiados e comunidades anfitriãs na região. Em comunicado, o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, disse que “as condições de vida em queda, declínio econômico e Covid-19 resultam em mais fome, desnutrição e doenças.”
Segundo ele, o número de pessoas que precisam de ajuda é o maior desde o início da guerra. Lowcock disse ainda que “manter os padrões de vida básicos é um ingrediente essencial para uma paz sustentável”. Já o ato comissário para Refugiados, Filippo Grandi, acredita que “os ganhos conquistados ao longo dos anos estão em risco.”
O administrador do Pnud, Achim Steiner, contou que a crise dos últimos 12 meses levou os sírios a um ponto de colapso. “A pobreza e a desigualdade disparam, à medida que centenas de milhares de pessoas perdem seus empregos e meios de subsistência”, disse.
Os países que abrigam refugiados “estão lutando para fornecer serviços básicos como saúde e água.” Na Conferência de Doadores, do ano passado, a comunidade internacional prometeu US$ 5,5 bilhões em financiamento para apoiar as atividades humanitárias na Síria.
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