Uma reportagem publicada pelo jornal “Taiwan News” em 15 de janeiro mostra um vídeo em que cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan trabalham com morcegos infectados sem equipamentos de proteção individual.
Um membro da equipe relata ter sido mordido pelos animais. “É como ser picado por uma agulha”, disse. A gravação, supostamente de 2019, mostra um cientista segurando um morcego com as próprias mãos.
Enquanto uns funcionários vestem trajes completos de proteção, outros lidam com os animais sem qualquer equipamento senão luvas de borracha.
No vídeo, o narrador confirma que os morcegos podem carregar diferentes tipos de vírus, como a raiva. Os membros da equipe, porém, relatam terem sido imunizados antes das amostragens de campo, justifica.
A gravação colabora para alimentar a desconfiança sobre a China e as origens da Covid-19 – fator que desencadeou uma forte onda de xenofobia contra a população chinesa desde o início da pandemia.
Relatórios controversos lançados pela inteligência norte-americana no apagar das luzes do governo Trump apontam que vários pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan teriam adoecido com sintomas semelhantes aos gerados pela Covid-19 antes do registro do primeiro caso, na madrugada de 1º de janeiro de 2020.
A proibição aos funcionários da instituição de conceder entrevistas a jornalistas independentes e autoridades de saúde global levanta “questões sobre a credibilidade” do zero índice de infecção defendido pela organização, diz o documento.
Desconfiança
O relatório dos EUA cita ainda a condução de experimentos envolvendo o coronavírus de morcegos em Wuhan. A amostra é a que mais se aproxima do SARS-CoV-2, com 96,2% de semelhança. Conforme Washington, Beijing também não foi transparente no registro de outros vírus semelhantes ao da Covid-19.
Ao visitar o país para investigar as origens do vírus, em janeiro, a OMS (Organização Mundial da Saúde) descartou qualquer possibilidade de a Covid-19 ter sido criada ou vazada de um laboratório.
“Não há evidência que sustente essa hipótese”, disse o chefe da delegação da OMS, Peter Ben Embarek. Pouco depois do retorno do grupo, porém, analistas pediram por uma “investigação completa e independente”. Um artigo publicado no portal norte-americano Newsweek, porém, sugere que a OMS poderia estar “encobrindo” a real origem do vírus.
A equipe de especialistas da OMS apontou que a pesquisa sobre as origens da Covid-19 deve continuar. Os próximos passos incluem a expansão de banco de dados para além da China.
O objetivo é identificar possíveis vestígios do vírus antes de dezembro de 2019. Outra rede se debruçará sobre os alimentos congelados e a possível transmissão do vírus através desses produtos.
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