Este conteúdo foi publicado originalmente pela agência ONU News, da Organização das Nações Unidas
Uma Unece (Comissão das Nações Unidas) apela para a rápida implantação do uso e armazenamento de captura de carbono para cumprir as metas de neutralidade de carbono.
Num relatório, especialistas em economia alertam para a escassez de tempo hábil no cumprimento do Acordo de Paris e da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
A proposta tem base no processo de captura das emissões de dióxido de carbono, CO2, produzidas por energia fóssil e processos industriais, para armazenamento subterrâneo ou reutilização.
Segundo a Unece, já existe um vasto portfólio de tecnologias e essas opções são economicamente viáveis. A implantação em larga escala permitiria aos países descarbonizar setores de energia e industriais onde é difícil cumprir os objetivos a médio prazo.
Para a Comissão, isso poderia preencher a lacuna até que tecnologias de energia com emissões baixas, zero ou negativas estivessem disponíveis para cumprir as metas do Acordo de Paris.
A Unece destaca ideias como a implantação de tecnologia de baixo ou zero carbono e o aumento da capacidade de sumidouros naturais de carbono, como florestas, pântanos e oceanos.
Tecnologias
Na pesquisa, aparecem 31 projetos na Europa e 24 na América do Norte. A Comissão analisa diferentes tecnologias para capturar carbono. Entre elas está a produção de hidrogênio de combustíveis fósseis, incineração de resíduos e geração de energia de biomassa ou diretamente do ar.
O estudo também explora as opções existentes para armazenar, como aquíferos, e para usar, como mineralização, processos químicos e biológicos.
Em comunicado, a secretária-executiva da Unece, Olga Algayerova, lembra o Diálogo de Alto Nível sobre Energia convocado pelo secretário-geral, António Guterres, para setembro. “A Comissão está empenhada em apoiar os Estados-membros a fazer de 2021 o ano de ação real em energia”, disse.
Líderes
Escandinávia, Estados Unidos e Reino Unido lideram a área. Os países já desenvolvem projetos-piloto e adotam novas estruturas regulatórias. Outros Estados-membros estão procurando parceiros e financiamento.
Segundo a pesquisa, a implantação em grande escala desta tecnologia exigirá uma vasta capacidade de armazenamento geológico. Já há identificação de bacias sedimentares adequadas na América do Norte, Reino Unido, Países Baixos e Noruega.
Nesse momento, a Comissão está preparando um estudo sobre o potencial de armazenamento na Europa Oriental, Cáucaso e Ásia Central. A Unece também aborda o custo destas tecnologias – uma das principais barreiras.
Os especialistas avaliam que só para a Europa o custo da implantação planejado para 2050 pode chegar a 320 bilhões de euros e a infraestrutura de transporte necessária pode custar outros € 50 bilhões.
“A velocidade com que os custos podem ser reduzidos impulsionará a implantação em escala”, aponta o documento. Para melhorar a relação custo-benefício de grandes projetos, a Unece destaca a necessidade de agir em escala, pedindo a colaboração entre nações.
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