As autoridades da Nigéria declararam toque de recolher e fecharam o comércio de Jangebe, na província de Zamfara, no nordeste do país, depois que uma onda de ataques atrapalhou o retorno de 279 estudantes sequestradas, na quinta (4).
Um grupo não identificado atirou e jogou pedras em direção do comboio que assegurava a segurança na entrega das meninas às suas famílias. Uma pessoa morreu após ser baleada e duas ficaram feridas, disse a Reuters.
Em resposta, a polícia lançou gás lacrimogêneo enquanto soldados atiraram para o alto. Um porta-voz de Zamfara classificou a confusão como uma “desobediência civil lamentável” e afirmou que o governo impôs a restrição para evitar uma “nova violação da paz”.
O toque de recolher passa a valer das 18h às 6h. As atividades comerciais devem permanecer suspensas até segundo aviso. Membros do governo disseram ter “fortes evidências” de que os mercados “ajudaram e incitaram” os criminosos.
Zona de exclusão
Insurgentes armados do grupo terrorista Al-Shabaab invadiram um colégio interno e capturaram as meninas na madrugada do dia 26. O governo garantiu a libertação das estudantes na terça (2), após passarem por exames médicos.
O sequestro em massa de Jangebe foi o terceiro em uma escola do norte da Nigéria desde dezembro. No dia 1, o presidente nigeriano Muhammadu Buhari ordenou a implantação militar maciça em Zamfara, proibiu a mineração e impôs uma zona de exclusão aérea no estado.
Em 2014, 276 meninas foram sequestradas pelo Boko Haram em uma escola secundária de Chibok, no estado de Borno, epicentro da insurgência no país. Mais de 100 estudantes capturadas no ataque seguem desaparecidas, disse a Deutsche Welle.
Grupos extremistas e violentos dominam as regiões norte e nordeste da Nigéria. Em seus ataques, que se intensificaram nos últimos anos, há sequestros, estupros e saques generalizados.
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