Começa nesta quinta-feira (4) o maior encontro político da China: o Lianghui, conhecido popularmente como “Duas Sessões”. A assembleia é composta por discussões simultâneas entre a CCPPC (Conferência Consultiva do Povo Chinês) e o Congresso Nacional do Povo.
Pelo segundo ano consecutivo, a cerimônia anual que revisa e lança os planos e estratégias econômicas de Beijing acontecerá quase 100% online. Os encontros seguem até a próxima quinta (11).
Neste ano, o foco é o centenário do Partido Comunista, fundado em julho de 1921, além do planejamento econômico para os próximos cinco anos. Os representantes deverão priorizar o desenvolvimento de tecnologia nacional, apontou o “The Straits Times”, de Singapura.
Em 2020, o encontro sofreu dois adiamentos por conta da pandemia e foi mais curto: em vez dos habituais dez dias, uma semana. Cerca de cinco mil legisladores compareceram e, neste ano, a estimativa é que três mil participem das cerimônias.
Apenas jornalistas baseados em Beijing têm permissão para acompanhar as discussões. Antes da pandemia, qualquer repórter que estivesse na China poderia visitar o Grande Salão do Povo, em Beijing.
O que esperar
Analistas já apontam o que deve entrar na pauta do Lianghui, como uma possível mudança no sistema eleitoral de Hong Kong. A medida conferiria um poder ainda maior de Beijing sobre o dia a dia da ex-colônia britânica, avaliou a Bloomberg.
Outro tópico é o envelhecimento da população chinesa e a queda nas taxas de natalidade. Após décadas de política do filho único, o país agora considera ter sua população de 1,3 bilhão superada pela Índia já em 2027.
Conforme o jornal honconguês “South China Morning Post”, a taxa de fertilidade da China caiu para 1,47 nascimentos por mulher em 2019. O governo ainda não divulgou os dados de 2020.
Também espera-se discussão sobre a redução da dívida pública. A expectativa é que o país anuncie sua meta de déficit fiscal e endividamento para 2021. Beijing viu a dívida do governo crescer de 246,5% para 270% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) no último ano.
Em janeiro, a dívida do governo local da China chegava a US$ 4 trilhões. Em 2020, o governo chinês não definiu uma meta de PIB e há chance de nova redução por conta da pandemia, embora Beijing tenha registrado uma recuperação recorde poucos meses após a proliferação da Covid-19.
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