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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

ONU: Pandemia corta 39 bi de refeições escolares e gera crise nutricional

Este conteúdo foi publicado originalmente na agência ONU News, da Organização das Nações Unidas

Um relatório de duas agências da ONU revela que o fechamento das escolas por causa do novo coronavírus gerou uma grande crise nutricional pelo mundo. Segundo o estudo, mais de 370 mil crianças foram afetadas.

Muitas delas dependem da merenda escolar para sobreviver. O relatório parte do Instituto Innocenti, do Unicef, e Programa Mundial de Alimentos. Desde o fechamento, mais de 39 bilhões de merendas deixaram de ser distribuídas em todo o globo. 

“Apesar das provas contundentes de que as escolas não são um centro de transmissão da Covid-19, milhões de crianças continuam fora das salas de aula”, disse a chefe do Unicef, Henrietta Fore.

Segundo ela, muitos alunos só têm acesso a alimentação regular na escola. “Para eles, o fechamento representa mais do que perder o ensino, as crianças deixam de receber a nutrição para crescer”.

ONU: Pandemia corta 39 bilhões de refeições escolares e gera crise nutricional
Crianças recebem merenda escolar em escola no interior de Moçambique, maio de 2016 (Foto: Unicef/Rich)

Êxodo escolar

Outro motivo de preocupação para o Unicef é o êxodo escolar. Com a pandemia, 24 milhões de alunos correm o risco de desistir da educação, o que causaria um retrocesso no aumento do número de matrículas, obtido nas últimas décadas.

O diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos, David Beasley, disse que a perda da merenda escolar prejudica o futuro de milhões de crianças pobres pelo mundo. E o risco de crise nutricional é para uma geração inteira.

Durante a pandemia, houve uma redução de 39% na cobertura de serviços de merenda escolar incluindo programas de micronutrientes em países de rendas baixa e média. 

O prejuízo também atinge os projetos de combate à má nutrição infantil. Com o fechamento do ano passado, em alguns países, toda a merenda escolar foi suspensa.

ONU: Pandemia corta 39 bilhões de refeições escolares e gera crise nutricional
Adolescente é flagrada com seu filho na pequena cidade de Berastagi, no estado de Sumatra, na Indonésia, em abril de 2011 (Foto: Flickr/Indogirl)

Adolescentes com anemia 

Antes da pandemia, em 68 nações, pelo menos a metade das crianças entre 13 e 17 anos indicavam sentir fome. Dados de 17 países indicam que dois terços dos adolescentes entre 15 e 19 anos estão abaixo do peso e mais da metade das adolescentes no sul da Ásia sofrem com anemia.

Nas áreas mais afetadas pelo vírus ebola, em 2014, no oeste da África, a insegurança alimentar aumentou em países que já sofriam altos níveis de subnutrição. A mesma tendência ocorreu em muitas nações durante a crise da Covid-19 incluindo a África Subsaariana e o sul da Ásia.

As refeições escolares são vitais para garantir a nutrição e o desenvolvimento da criança. Quando fora da escola, muitas meninas sofrem com risco de casamentos forçados e de outros tipos de violência de gênero.

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