O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que não permitirá que as manifestações em uma universidade do país se igualem aos protestos antigoverno de 2013, reportou a Reuters.
O chefe de Estado ainda classificou os manifestantes como “terroristas” e “desviantes LGBT”. A fala, lançada na quarta (3), marcou os 30 dias após o início dos protestos de estudantes e professores da Universidade Bogazici, de Istambul.
O grupo é contrário à nomeação de Melih Bulu, acadêmico indicado por Erdogan como reitor da instituição. Em todo o mundo, preza-se pela independência na nomeação dos reitores como forma de blindar as universidade de investidas autoritárias por parte do governante de turno.
“Este país não será governado por terroristas“, disse o presidente a membros do partido. “Faremos o que for necessário para evitar isso. Segundo Erdogan, os jovens “carecem dos valores nacionais e espirituais” da Turquia.
Desde 4 de janeiro, a polícia turca deteve mais de 600 pessoas que desafiaram o veto do governo a manifestações. As autoridades turcas prenderam 65 ativistas nesta quinta-feira (4), conforme a Reuters.
Os manifestantes defendem que o processo de eleição de Bulu foi antidemocrático e pedem por sua renúncia. O nomeado de Erdogan afirmou que “não pensa em renunciar” e que os protestos “estarão encerrados em seis meses”.
O protesto é um dos maiores desde 2013. À época, centenas de milhares foram às ruas em todo o país contra o projeto de Erdogan em construir uma réplica de um quartel otomano no Parque Gezi, em Istambul.
Em países como a Hungria do premiê Viktor Orbán, uma das principais medidas para limitar a atuação de críticos foi o aparelhamento das principais universidades com nomes alinhados ao governo.
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