O embaixador dos Emirados Árabes Unidos nos EUA, Yousef Al Otaiba, relatou “confiança” na concretização da venda dos jatos F-35 norte-americanos ao país, informou a Reuters.
Em conferência virtual ao Washington Institute no último dia 2, o diplomata afirmou esperar que o governo de Joe Biden aprovará a venda de armas sancionada por Donald Trump no dia 20 de janeiro, quando deixou a Casa Branca.
“Abu Dhabi realizou o processo de compra dos jatos segundo as regras”, disse Otaiba. “Assim que completarem a revisão, prosseguirão com o processo”.
Em uma de suas últimas resoluções, nas horas finais do mandato, Trump assinou um acordo que permitia a Abu Dhabi comprar até 50 jatos F-35, da fabricante Lockheed Martin.
Além dos jatos-caça, o emirado poderia adquirir 18 drones armados e outros equipamentos de defesa. No total, o negócio é estimado em US$ 23 bilhões.
Em janeiro, um funcionário do Departamento de Estado dos EUA afirmou que o governo de Joe Biden cogitava pausar os processos de vendas de armas para aliados. A medida, temporária, prevê revisão dos acordos.
Conforme Otaiba, contudo, o processo “continua em andamento”. “Se você pretende ter menos presença e menos envolvimento no Oriente Médio, não pode, ao mesmo tempo, tirar ferramentas de seus parceiros”, disse.
Transação polêmica
Washington prometeu vender os jatos F-35 aos Emirados Árabes Unidos depois que o país estabeleceu laços com Israel, em um acordo intermediado pelos EUA em agosto, apesar dos apelos contrários do governo israelense.
Em dezembro, o Senado dos EUA rejeitou tentativas de bloquear a venda. Oponentes argumentaram que a transação ocorreria sem garantias de que as armas não “cairiam em mãos erradas”, aumentando instabilidade no Oriente Médio.
O Egito teve o seu exército modernizado pelo governo norte-americano depois de assinar o acordo de normalização das relações com Israel, em 1979. A Jordânia também teria recebido jatos F-16 logo após o acordo com Tel Aviv, em 1994.
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