O projeto de acordo bilateral entre Rússia e Sudão prevê a construção de uma base naval russa no estratégico Mar Vermelho, que banha a costa sudanesa, apontou a Radio Free Europe nesta quarta (11).
Assinado pelo primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin, o plano determina que a base servirá como ponto para reparo de navios de guerra e descanso de marinheiros.
Com uma estrutura capaz de reunir até 300 tripulantes e quatro navios de guerra – incluindo embarcações com sistemas de propulsão nuclear –, a base naval tende a expandir a influência russa no nordeste da África e no Oriente Médio.
O acordo ainda não saiu do papel, mas já revela os interesses econômicos e geopolíticos da Rússia pelo Sudão, rico em petróleo. Já os sudaneses mantém as relações para armamento: a nação de 41,8 milhões de habitantes é a maior importadora de armas da Rússia na África.
O que está em jogo
A dúvida é se a tentativa de estabelecer um acordo com a Rússia não poderá afetar a saída do Sudão da lista de patrocinadores do terrorismo dos EUA.
No dia 23 de outubro, o presidente sudanês, Fattah el-Burhan, garantiu que o país normalizará as relações diplomáticas com Israel. Em contrapartida, os EUA deve retirar os sudaneses da relação de terrorismo, que impõe diversas sanções econômicas ao país.
A tentativa visa tirar o Sudão do isolamento causadado pela ditadura de Omar al-Bashir, que durou cerca de 30 anos e terminou em 2019. Além dos EUA, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos também concedem ajuda financeira ao país africano.
Com o acordo, a Rússia estaria disposta a entregar armas e equipamentos militares ao Sudão sem qualquer reembolso a fim de manter a segurança de sua base naval em Port Sudan, onde seria construída.
A demanda já vem desde Bashir. Em 2017, o ditador sudanês negociou a construção de uma base no Mar Vermelho. A preocupação com uma possível invasão dos EUA estava entre os principais motivos.
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