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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Cinco guardas florestais e um militar morrem durante ataque em parque nacional no Benin

Um grupo de homens armados, ainda não identificados pelas autoridades, matou cinco guardas florestais e um soldado em um parque nacional no norte do Benin, na terça-feira (8). As informações foram confirmadas no dia seguinte ao ataque por uma entidade local, de acordo com a agência Reuters.

“Na tarde de terça-feira, 8 de fevereiro, uma equipe de guardas florestais foi emboscada no Parque Nacional W, no Benin, enquanto realizava uma patrulha no limite norte do parque, onde cruza com Burkina Faso e Níger”, disse a African Parks, ONG que administra os parques Pendjari e W.

Após o ataque, novos guardas florestais e mais soldados do exército foram enviados à região. A escalada de violência no norte do Benin sugere o aumento da presença de grupos extremistas islâmicos, tendo sido este o mais violento de uma série de ataques recentes na área.

Elefantes do Parque Nacional W, em Benin, Níger e Burkina Faso (Foto: Wikimedia Commons)

Por que isso importa?

Desde 2016, o terrorismo é uma séria ameaça no Benin, com grupos extremistas islâmicos realizando ataques sobretudo no norte do país, perto das fronteiras com Burkina Faso e Níger, e mais a leste, na divisa com a Nigéria.

O combate ao terrorismo no país é deficiente, sobretudo em função da ideia de que trata-se de uma ameaça exclusivamente externa. Embora incontestável a presença de grupos extremistas islâmicos provenientes de nações vizinhas, também há um núcleo de violência doméstico.

No Benin, criadores de gado, sobretudo da comunidade Fula, são suspeitos de ligação com os jihadistas, e em certos casos eles próprios controlam grupos radicais. Os pastores, por exemplo, habitualmente facilitam a infiltração violenta de extremistas vindos de fora, que ingressam no país pelos Estados costeiros.

Além da religião, outro forte motivador da violência são as condições socioeconômicas, incluindo pobreza e desemprego.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um porto seguro para extremistas. Em dezembro de 2013, levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram.

Mais recentemente, em dezembro de 2021, três cidadãos estrangeiros que vivem no Brasil foram adicionados à lista de sanções do Tesouro Norte-americano. Eles são acusados de contribuir para o financiamento da Al-Qaeda, tendo inclusive mantido contato com figuras importantes do grupo terrorista.

Para o tenente-coronel do Exército Brasileiro André Soares, ex-agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o anúncio do Tesouro causa “preocupação enorme”, vez que confirma a presença do país no mapa das organizações terroristas islâmicas.

“A possibilidade de atentados terroristas em solo brasileiro, perpetrados não apenas por grupos extremistas islâmicos, mas também pelo terrorismo internacional, é real”, diz Soares, mestre em operações militares e autor do livro “Ex-Agente Abre a Caixa-Preta da Abin” (editora Escrituras). “O Estado e a sociedade brasileira estão completamente vulneráveis a atentados terroristas internacionais e inclusive domésticos, exatamente em razão da total disfuncionalidade e do colapso da atual estrutura de Inteligência de Estado vigente no país”. Saiba mais.

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