Em meio à permanente tensão com a Rússia, a Ucrânia foi alvo de uma série de ataques cibernéticos na terça-feira (15). A ação dos hackers derrubou os sites do exército ucraniano, dos Ministérios da Defesa e das Relações Estrangeiras e de dois grandes bancos locais, entre outras páginas. As informações são da agência Associated Press (AP).
Ao menos dez sites ficaram inacessíveis em razão do ataque, que consiste em despejar enormes quantidades de dados nas páginas, tornando impossível acessá-las devido ao tráfego intenso.
“Não temos nenhuma informação de outras ações disruptivas que (poderiam) ser ocultadas por este ataque DDoS”, disse Victor Zhora, um alto funcionário ucraniano de defesa cibernética.
No sistema bancário, os atingidos foram o banco privado Privatbank e o estatal Sberbank. Clientes das duas instituições reportaram problemas para realizar pagamentos e acessar os aplicativos de ambos.
“Não há ameaça aos fundos dos depositantes”, disse a agência de Zhora, o Centro de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação do Ministério da Informação da Ucrânia. O ataque também não afetou as comunicações das forças militares da Ucrânia, disse ele.
Por ora, não há informações suficientes para apontar os responsáveis pela ação, embora as suspeitas óbvias recaiam sobre hackers russos. “É possível que o agressor tenha recorrido a táticas de maldades mesquinhas, porque seus planos agressivos não estão funcionando no geral”, disse um comunicado do governo ucraniano.
O temor em Kiev, entretanto, é o de que a ação de terça (15) seja uma cortina de fumaça para um ataque mais sério, em meio à ameaça de uma invasão russa à Ucrânia.
Por que isso importa?
A mais recente edição do relatório anual de segurança digital publicado pela Microsoft, que cobre o período entre julho de 2020 e junho de 2021, indica que a Rússia é a nação que mais patrocina ataques hackers no mundo, seguida de longe pela Coreia do Norte.
“O cenário de ataques cibernéticos está se tornando cada vez mais sofisticado à medida em que os criminosos cibernéticos mantêm – e até mesmo intensificam – sua atividade em tempos de crise”, diz o relatório. “O crime cibernético, patrocinado ou permitido pelo Estado, é uma ameaça à segurança nacional. Ataques ransomware são cada vez mais bem-sucedidos, incapacitando governos e empresas, e os lucros com esses ataques estão aumentando”.
Os números colhidos no período mostram que o grupo Nobelium, acusado de ser patrocinado pelo Kremlin, é o mais ativo no mundos, responsável por 59% das ações hackers atreladas a governos. Em segundo lugar aparece o grupo Thallium, da Coreia do Norte, com 16%. O terceiro grupo mais ativo é o iraniano Phosphorus, com 9%.
Entre os setores mais atingidos, o governamental surge em destaque, sendo o alvo dos hackers em 48% dos casos apurados. Em segundo, com 31%, aparecem ONGs e think tanks. Já as nações mais visadas são os Estados Unidos, com 46%, a Ucrânia, com 19%, e o Reino Unido, com 9%.
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