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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Tricampeã olímpica, alemã diz que só fará novos comentários sobre a China após deixar o país

A alemã Natalie Geisenberger, atleta do ludge nos Jogos de Inverno Beijing 2022 e tricampeã olímpica, disse que só fará novos comentários sobre a China, país-sede do evento esportivo, quando deixar o país asiático e retornar à Europa. As informações são da agência Reuters.

Em novembro do ano passado, Geisenberger criticou a organização chinesa nos eventos-teste e colocou em dúvida sua participação nos Jogos. Mais tarde, optou por competir normalmente, e nesta quarta (9) disse que só voltaria a falar sobre o país-sede depois de ir embora, o que deve ocorrer no sábado (12).

A atleta se manifestou nesta quarta após ser questionada sobre o silêncio dos participantes dos Jogos sobre a questão dos abusos dos direitos humanos pelo governo da China, uma acusação frequente das nações ocidentais.

“Você tem que ter cuidado quando diz o que e onde diz”, disse Geisenberger em entrevista coletiva, um dia depois de conquistar a terceira medalha de ouro olímpica no ludge, repetindo os feitos de Socchi 2014 e Pyeongchang 2018. “No meu retorno [à Alemanha] pode haver mais algumas coisas a serem ditas. Mas aqui não vou dizer nada”.

Natalie Geisenberger, atleta alemã do ludge, modalidade de inverno (Foto: Wikimedia Commons)

Como forma de protestar contra os abusos de direitos humanos cometidos pelo governo da China, diversos governos aderiram ao boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022. Assim, não enviaram representantes estatais ao evento, mas os atletas competem normalmente. A medida visa somente a ferir o orgulho do país-sede, algo particularmente relevante para Beijing.

O boicote diplomático foi encabeçado pelos Estados Unidos, que contaram com o apoio imediato do Reino Unido. Posteriormente, outras nações também aderiram ao protesto: Dinamarca, Lituânia, Bélgica, Canadá, Austrália, Japão e Nova Zelândia.

Por que isso importa?

Os atletas que competem nos jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 foram sido alertados para os riscos de fazerem críticas ao governo da China durante o evento. A questão dos abusos aos direitos humanos no país asiático está em evidência em todo o mundo, mas tocar no assunto durante o evento, em território chinês, criaria sérios problemas para os competidores e demais membros de delegações olímpicas.

“As leis chinesas são muito vagas sobre os crimes que podem ser usados em processos de liberdade de expressão”, disse Yaqiu Wang, pesquisadora de China na ONG Human Rights Watch (HRW). “As pessoas podem ser acusadas de provocar brigas ou causar problemas. Há todos os tipos de crimes em que podem ser enquadrados comentários pacíficos e críticos. E, na China, a taxa de condenação é de 99%”.

Os atletas norte-americanos, por exemplo, foram orientados por seus próprios dirigentes a não tocarem em assuntos espinhosos, como os abusos contra os uigures reportados em Xinjiang, a luta por independência de Taiwan, a repressão em Hong Kong ou a questão do Tibete.

Sophie Richardson, diretora de China na HRW, diz que qualquer tipo de manifestação, mesmo que não seja pública, pode colocar os atletas em perigo. Ela cita o exemplo dos Jogos Olímpicos de Verão 2008, também realizados em Beijing, e diz que já naquela ocasião a vigilância estatal era extrema. De lá para cá, com os avanços tecnológicos, a situação piorou bastante.

Para Rob Koehler, diretor geral da Global Athlete, maior organização internacional de defesa de atletas, a censura nos Jogos Beijing 2022 é em boa parte culpa do COI (Comitê Olímpico Internacional). “É absolutamente ridículo que estejamos dizendo aos atletas para ficarem quietos. Mas o COI não saiu proativamente para indicar que irá protegê-los”, disse ele. “Silêncio é cumplicidade, e é por isso que temos preocupações. Por isso, aconselhamos os atletas a não se manifestarem. Queremos que eles compitam e usem sua voz quando chegarem em casa”.

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