A invasão impetrada pela Rússia levou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a convocar a população civil do país para enfrentar o inimigo. Em pronunciamento feito na televisão do país, o líder nacional disse que o governo forneceria armas a todos os cidadãos em condições de lutar, de acordo com a agência Reuters.
No discurso, o presidente também afirmou que a Ucrânia sofreu sérias perdas nos primeiros ataques russos, com um conselheiro dele afirmando que 40 pessoas morreram, segundo a rede Radio Free Europe. A manifestação também serviu para o líder ucraniano romper formalmente as relações diplomáticas com Moscou, convocando, ainda, os cidadãos russos “que não perderam sua honra” a protestarem contra a guerra.
Nas primeiras horas da invasão, que começou por volta de 6h de Moscou (0h de Brasília), ao menos 25 cidades ucranianas foram atingidas. Kiev, capital nacional, ouviu as primeiros explosões, sendo um dos alvos o Aeroporto Internacional de Kiev-Boryspil.
A Rússia, por sua vez, diz que os ataques não têm como objetivo conquistar territórios, mas neutralizar as defesas ucranianas. O presidente russo Vladimir Putin justificou a invasão dizendo que Moscou tentaria desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia, reiterando acusações anteriores de que o governo ucraniano era um regime “neo-nazista”.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, emitiu um comunicado pela manhã. Ela diz ter conversado com Zlensky por telefone. “Ele nos pediu para fazer tudo que as diferentes partes interessadas possam fazer para ajudar”, disse ela, que na sequência destacou a intenção da União Europeia (UE) de impor severas sanções econômicas à Rússia.
Por que isso importa?
A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho nesta quinta-feira (24), remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até hoje.
O conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação militar especial”.
“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h) de Brasília) desta quinta(24), de acordo com o site independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
O conflito, porém, tende a ser bem mais duro para Moscou que o de 2014 na Crimeia. Isso porque o Ocidente ajudou a Ucrânia a desenvolver e ampliar suas forças armadas, fornecendo armamento, tecnologia e treinamento.
“Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos derrotar todo mundo porque somos a Ucrânia”, disse o presidente Volodymyr Zelensky pouco após o anúncio da invasão, de acordo com a rede Voice of America (VOA).
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