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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Ataque suicida em restaurante lotado mata ao menos 13 pessoas na Somália

Um ataque suicida a bomba matou ao menos 13 pessoas no sábado (19) na cidade de Beledweyne, região central da Somália, a cerca de 340 quilômetros da capital nacional Mogadíscio. A ação ocorreu em um restaurante que estava cheio no momento da explosão, com funcionários do governo e políticos locais entre os clientes. As informações são da agência catari Al Jazeera.

“Vi cadáveres de várias pessoas e não pude contar quantos feridos foram levados às pressas para o hospital”, disse Mahad Osman, que estava perto do local e testemunhou a explosão. “Algumas dessas pessoas estavam esperando que suas refeições chegassem enquanto aproveitavam o clima fresco quando a explosão ocorreu”.

Explosão em restaurante de Beledweyne, na Somália (Foto: reprodução/Twitter)

O Al-Shabaab, grupo extremista ligado à Al-Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo ataque, de acordo com o SITE Intelligence Group, que monitora grupos armados. As autoridades somalis acreditam que a ação dos jihadistas tenha relação com o pleito parlamentar, que ocorre no país até 25 de fevereiro, para depois ser realizada a eleição presidencial.

Inclusive, entre os mortos estão dois vice-comissários distritais, de acordo com o oficial de polícia Mohamud Hassan. “Este foi o ataque mais mortal que me lembro nesta cidade.”

O mandato do atual presidente, Mohamed Abdullahi Farmaajo, venceu no dia 8 de fevereiro de 2021, e até hoje o substituto não foi escolhido. Por isso, o país sofre forte pressão de seus aliados, entre eles os Estados Unidos, para iniciar o processo eleitoral.

Por que isso importa?

O Al-Shabaab chegou a controlar a capital Mogadíscio até 2011, quando foi expulso de lá pelas forças da União Africana. Atualmente, controla territórios nas áreas rurais da Somália e luta para derrubar o governo nacional.

O grupo concentra seus ataques no sul e no centro do país. As atividades envolvem ataques a órgãos e oficiais do governo e a entidades de ajuda humanitária, além de extorsão contra a população local e proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.

Dados apontam que os extremistas estiveram em mais de 400 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.

O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares. 

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um porto seguro para extremistas. Em dezembro de 2013, levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram.

Mais recentemente, em dezembro de 2021, três cidadãos estrangeiros que vivem no Brasil foram adicionados à lista de sanções do Tesouro Norte-americano. Eles são acusados de contribuir para o financiamento da Al-Qaeda, tendo inclusive mantido contato com figuras importantes do grupo terrorista.

Para o tenente-coronel do Exército Brasileiro André Soares, ex-agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o anúncio do Tesouro causa “preocupação enorme”, vez que confirma a presença do país no mapa das organizações terroristas islâmicas.

“A possibilidade de atentados terroristas em solo brasileiro, perpetrados não apenas por grupos extremistas islâmicos, mas também pelo terrorismo internacional, é real”, diz Soares, mestre em operações militares e autor do livro “Ex-Agente Abre a Caixa-Preta da Abin” (editora Escrituras). “O Estado e a sociedade brasileira estão completamente vulneráveis a atentados terroristas internacionais e inclusive domésticos, exatamente em razão da total disfuncionalidade e do colapso da atual estrutura de Inteligência de Estado vigente no país”. Saiba mais.

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