Autoridades militares da Somália anunciaram na terça-feira (9) que uma operação bem sucedida realizada pelas forças de segurança nacionais levou à prisão de 12 jihadistas do Al-Shabaab na cidade Baidoa, no sul do país. As informações são do site independente somali Garowe Online.
Baidoa, que é a capital administrativa do Estado Sudoeste, tem sofrido com o aumento da atividade extremista, sobretudo de militantes ligados ao Al-Shabaab, principal grupo jihadista em ação no país e vinculado à Al-Qaeda.
“Prendemos 12 militantes da Al-Shabaab em uma operação que visa garantir a segurança da cidade de Baidoa, na região da baía. Estamos empenhados em proteger nosso povo e os candidatos durante as eleições parlamentares federais”, disse Mohamud Mohamed Hassan, comandante da agência de inteligência e segurança do Estado.
Segundo Hassan, os militantes não chegaram a empreender ataques armados, mas agiam para amedrontar a população local. “Agimos com rapidez e os detivemos para interrogatórios e outras ações. Estabelecemos regras que lidam com esses terroristas”, afirmou. “Confie em mim, eles serão denunciados no tribunal o mais rápido possível, conforme prescrito pelo Estado de Direito”.
Por que isso importa?
O Al-Shabbab chegou a controlar a capital Mogadíscio até 2011, quando foi expulso de lá pelas forças da União Africana. Atualmente, controla territórios nas áreas rurais da Somália e luta para derrubar o governo nacional.
O grupo concentra seus ataques no sul e no centro do país. As atividades envolvem ataques a órgãos e oficiais do governo e a entidades de ajuda humanitária, além de extorsão contra a população local e proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.
Dados apontam que os extremistas estiveram em mais de 400 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.
O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva que já dura cinco meses e é comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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