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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Filipinas anunciam a morte de líder de grupo extremista ligado ao Estado Islâmico

O exército das Filipinas anunciou a morte de Salahuddin Hassan, líder do Daulah Islamiya, grupo extremista ligado ao Estado Islâmico (EI) responsável por uma serie de atentados terroristas no país asiático. O jihadista e a mulher dele foram mortos em uma ação realizada na última sexta-feira (29), na província de Maguindanao, segundo o site The National.

O casal era acusado de coordenar ataques a bomba no país, além de cometer assassinatos e extorsão. Após localizarem os extremistas, os agentes das forças de segurança filipinas se envolveram em uma troca de tiros que durou cerca de 30 minutos até os alvos serem neutralizados.

Soldado da polícia das Filipinas em treinamento com o exército dos EUA, agosto de 2014 (Foto: U.S. Army/Christopher Hubenthal)

Durante a ação dos policiais, mais de dez terroristas conseguiram fugir, segundo o comandante militar regional Juvymax Uy. Na ação, foram apreendidos rifles de assalto, munição e documentos do grupo terrorista. De acordo com os agentes, os extremistas vinham realizando ações de extorsão contra empresas de transporte, que pagavam ao grupo para não sofrerem ataques a bomba contra seus ônibus.

Uma das mais relevantes ações do grupo comandado por Hassan foi um atentado a bomba em 2016 a um mercado noturno que deixou 15 mortos e dezenas de feridos em Davao, a cidade natal do presidente filipino Rodrigo Duterte. O grupo também é acusado de realizar um atentado a bomba contra um ônibus no sul do país, que matou 11 pessoas e feriu outras 15 em 2014.

O Daulah Islamiya é um de uma série de pequenos grupos extremistas ligados ao EI. Em 2014, a organização rejeitou uma proposta de paz feita pelo governo filipino que foi aceita pelo grupo jihadista Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN). Em troca do fim dos ataques, os separatistas da FMLN tornaram-se gestores de uma região autônoma no sul do país, onde vive a minoria muçulmana filipina, país de maioria católica.

Por que isso importa?

Nos últimos anos, o EI se enfraqueceu financeira e militarmente. Em 2017, o exército iraquiano anunciou ter derrotado a organização no país, com a retomada de todos os territórios que ela dominava desde 2014. O grupo, que chegou a controlar um terço do Iraque, hoje mantém apenas células adormecidas que lançam ataques esporádicos. Já as Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos EUA, anunciaram em 2019 o fim do “califado” criado pelos extremistas no país.

De acordo com um relatório do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), publicado em julho deste ano, a prioridade do EI atualmente é “o reagrupamento e a tentativa de ressurgir” em seus dois principais domínios, Iraque e Síria. O documento sugere, ainda, que o grupo teve considerável perda financeira recentemente, devido a dois fatores: as operações antiterrorismo no mundo e a má gestão de fundos por parte de seus líderes.

Paralelamente à derrocada do EI, a pandemia de Covid-19 reduziu o número de ataques terroristas em regiões sem conflito, devido a fatores como a redução do número de pessoas em áreas públicas. Entretanto, grupos jihadistas têm se fortalecido em zonas de conflito, e isso pode causar um impacto na segurança global conforme as regras de restrição à circulação são afrouxadas.

Esse cenário permitiu ao EI, particularmente, ganhar uma sobrevida, fazendo uso sobretudo do poder da internet. À medida em que as restrições relacionadas à pandemia diminuem gradualmente, há uma elevada ameaça de curto prazo de ataques inspirados no grupo fora das zonas de conflito. São ações empreendidas por atores solitários ou pequenos grupos que foram radicalizados e incitados através da internet.

Atualmente, o principal reduto do EI é o continente africano, onde consegue se manter relevante graças ao recrutamento online e à ação de grupos afiliados regionais. A expansão do grupo em muitas regiões da África desde o início de 2021 é alarmante e pode marcar a retomada de força global da organização.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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