Todos os anos, no mês de setembro, a ONU (Organização das Nações Unidas) e a UE (União Europeia) promovem uma campanha de limpeza de praias, incentivando a formação de equipes de cidadãos de qualquer país. Os primeiros resultados de 2021 já saíram, com Portugal liderando o total de ações realizadas. Segundo os organizadores da campanha, das 260 iniciativas deste ano, 175 aconteceram em praias portuguesas, o que representa mais de 67%.
Uma dessas ações envolveu um grupo de crianças de apenas quatro anos de idade. Munida de luvas e de sacos de lixo, a equipe de uma escola particular da capital portuguesa foi até a Praia da Poça, no Concelho de Cascais, com uma missão: ajudar os animais marinhos.
Neste ano, a campanha de limpeza de praias na União Europeia foi mesmo dedicada à proteção da vida marinha. A professora Teresa Salema, da escola Park International, que acompanhou as crianças na Praia da Poça, falou sobre a importância de começar este tipo de ação desde muito cedo.
“Eles estavam mesmo empenhados em encontrar lixo e, principalmente, em proteger os animais. Sempre com a preocupação de que eles não engulam, que não haja objetos que entrem na barriga deles e os mate. Desde pequenos adquirem esse hábito tão importante de não jogar o lixo no chão, de se preocupar se o vento ou as ondas levam o lixo para o mar, poluindo o oceano. E, inevitavelmente, essa mensagem também chega aos pais”.
Neste ano, 52 países participaram da campanha da ONU e da UE, com mais de 50 toneladas de lixo recolhidas das praias. Em junho de 2022, Lisboa será a sede da Conferência dos Oceanos da ONU.
Proteger a vida marinha e preservar mares e oceanos é a meta número 14 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que prevê reduzir de forma significativa todo o tipo de poluição marinha até o final desta década.
Comida “para viagem”
Itens plásticos usados para armazenar e consumir comida “para viagem” são os maiores poluidores dos oceanos, segundo um estudo divulgado pela revista Nature Sustainability em junho deste ano. Sacolas, garrafas, embalagens de alimentos e talheres, todos plásticos, são os principais vilões.
Os cientistas responsáveis pelo estudo cobram medidas urgentes e pedem que determinados itens usados pela indústria alimentícia sejam proibidos. “As informações do estudo ajudarão as empresas a agir para bloquear as fontes de lixo oceânico, em vez de apenas limpar a sujeira depois”, afirmou Carmen Morales-Caselles, da Universidade de Cádiz, na Espanha, que liderou o projeto.
Alguns itens estão na mira dos ambientalistas há tempos, como canudos, pazinhas para mexer café e hastes de cotonetes. “É preciso bloquear o lixo na fonte, para que o plástico sequer chegue ao meio-ambiente”, disse Daniel González-Fernández, também da Universidade de Cádiz.
O estudo identificou como maiores depósitos de lixo plástico as praias e o assoalho oceânico próximo à costa. Segundo os cientistas, as ondas e o vento varrem o lixo para essas regiões. No fundo do mar, o maior problema são itens relacionados a pesca, como linhas e redes.
Projeto da ONU
Um projeto recente idealizado pela ONU foi implementado para reduzir o lixo plástico marinho, com a participação de 30 países de Ásia, África, Caribe, América Latina e Pacífico.
O projeto, gerido pela OMI (Organização Marítima Internacional) e pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), tem financiamento inicial do Governo da Noruega e ajudará na redução de lixo marinho, incluindo equipamentos de pesca perdidos ou descartados.
A iniciativa também facilitará o estabelecimento de parcerias público-privadas para estimular o desenvolvimento de soluções de gerenciamento de baixo custo para lixo plástico marinho. Esse processo inclui a análise de como diminuir o uso de plásticos nessas indústrias e a análise de oportunidades de reutilização e reciclagem de plásticos.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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